ATA DA SEXTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-8-2003.

 


Aos onze dias do mês de agosto de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Renato Guimarães e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano, Wilton Araújo, Zé Valdir e Paulinho Ruben Berta. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Após, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Sebastião Melo e Haroldo de Souza, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do ordenamento dos trabalhos da presente Sessão. Às nove horas e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às nove horas e dezessete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia registrou o transcurso, hoje, do Dia do Estudante, do Dia do Advogado e do Dia do Garçom, afirmando que praticamente todas as ações da sociedade dependem e são influenciadas pelos profissionais da área do Direito e discorrendo sobre a importância, no nosso dia-a-dia, da prestação de serviços efetuada pela categoria dos garçons. O Vereador João Carlos Nedel comentou o início, ontem, da Semana da Família, organizada pela Arquidiocese Metropolitana de Porto Alegre para debater o papel da família dentro da comunidade. Sobre o tema, analisou problemas atualmente verificados na estrutura familiar, declarando que Porto Alegre é uma das cidades brasileiras com maior índice de consumo de drogas. O Vereador Paulinho Ruben Berta, justificando que o Município possui uma das cestas básicas mais caras do Brasil, enfocou as conseqüências desse quadro para a camada mais carente da população. Também, examinou questões referentes às Reformas Previdenciária e Tributária e ao Programa Fome Zero e discutiu questões relacionadas ao desenvolvimento do País. O Vereador Renato Guimarães reportou-se ao pronunciamento do Vereador Paulinho Ruben Berta, acerca do Programa Fome Zero, apresentando diferentes aspectos envolvidos nesse programa, desde a entrega direta de alimentos até medidas de longo prazo, por meio da busca de soluções concretas que garantam o acesso a condições mínimas de dignidade para todos os brasileiros. A seguir, por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Jorge Nei de Lima Dusso, Assistente Parlamentar deste Legislativo, falecido no dia nove de agosto do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo registrou o transcurso, hoje, do Dia do Advogado, examinando a importância do Poder Judiciário como base da democracia e da justiça social. Ainda, salientou o significado do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias, a ser votada hoje na Casa, para a definição das linhas que irão nortear a elaboração do orçamento de Porto Alegre. O Vereador Cassiá Carpes elogiou o trabalho realizado pelo Senhor José Fortunati à frente da Secretaria Estadual da Educação, em especial no referente à busca de uma maior integração escola-comunidade, através de atividades esportivas e de lazer, atentando para os benefícios resultantes dessa integração para o combate ao uso de drogas pela população estudantil. O Vereador Nereu D’Avila associou-se aos elogios efetuados pelo Vereador Cassiá Carpes às políticas estaduais na área da educação, ressaltando a atuação do Partido Democrático Trabalhista - PDT - na área educacional e criticando a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal, no que tange ao atendimento de crianças e adolescentes na Capital. O Vereador Raul Carrion registrou o transcurso, ontem, do Dia dos Pais. Também, exaltou os resultados das Conferências Municipal e Regional das Cidades, preparatórias para a criação do Conselho que decidirá quanto ao uso de recursos do Ministério das Cidades, destacando a presença de Vereadores da Casa na delegação que representará Porto Alegre na Conferência Estadual. A seguir foi apregoado Requerimento do Vereador Carlos Pestana, Vice-Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, inciso V e § 3º, do Regimento, Licença-Paternidade para o Vereador Marcelo Danéris, do dia dez ao dia quatorze de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Pestana, Vice-Líder da Bancada do PT, informando o impedimento da Suplente Berna Menezes em assumir a vereança no período de onze a quatorze de agosto do corrente, em substituição ao Vereador Marcelo Danéris. Ainda, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador Darci Campani, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Antonio Losada, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Na oportunidade, foram apregoadas Declarações do Vereador Carlos Pestana, Vice-Líder da Bancada do PT, informando do impedimento dos Suplentes Berna Menezes e João Batista Pirulito em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Darci Campani. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol referiu-se à vinculação existente entre os preços das tarifas de ônibus e de lotações, analisando os efeitos que podem resultar para o sistema geral de  transporte coletivo no caso de desvinculação de preços nesse setor. Ainda, abordou o aumento do valor da passagem de ônibus ocasionado pelas isenções tarifárias vigentes em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz falou da importância da votação, hoje, do Projeto de Lei do Executivo n° 020/03, analisando o significado da Lei de Diretrizes Orçamentárias para a elaboração do Orçamento Municipal. Ainda, ressaltou o número de Emendas e Destaques apresentados a esse Projeto de Lei, propugnando pela agilização nos trabalhos de votação no dia de hoje. A seguir, constatada a existência de quorum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Reginaldo Pujol manifestou-se acerca da votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03) e formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dez horas e dezessete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, face manifestações dos Vereadores Reginaldo Pujol, Carlos Alberto Garcia e Juarez Pinheiro e Questão de Ordem formulada pelo Vereador Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03). Às onze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às doze horas e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Sebastião Melo, Reginaldo Pujol e Nereu D'Avila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação de matérias referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03). Na oportunidade, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando sejam votadas, na manhã de hoje, as Emendas destacadas e com Parecer favorável da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, tendo os Vereadores Sebastião Melo e Pedro Américo Leal manifestado-se a respeito. Em seguida, foi aprovado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando a votação conjunta das Emendas destacadas, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, de nºs 04, 08, 09, 10, 19, 33, 66, 68, 71, 72, 74, 80, 82, 84, 85, 111, 112, 117, 118, 119, 120, 121, 125, 127, 128, 131, 132, 134, 156, 162, 163, 167, 171, 187, 188, 189, 211, 235, 240, 242, 243, 244, 247, 248, 249, 251, 252, 255 e 259, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Carlos Alberto Garcia, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Na ocasião, foi apregoado Requerimento do Vereador Sebastião Melo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que seja ouvida a Procuradoria deste Legislativo, no referente ao Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol, que solicita votação em bloco de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, tendo a Procuradoria opinado pela legalidade e regimentalidade do Requerimento analisado. Também, o Vereador Carlos Pestana formulou Requerimento verbal, solicitando a votação conjunta das Emendas nos 02, 14, 20, 67, 69, 73, 75, 77, 78, 81, 83, 108, 109, 110, 113, 114, 115, 116, 122, 123, 129, 130, 133, 135, 136, 137, 141, 143, 144, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 157, 159, 169, 170, 209, 210, 212, 213, 231, 232, 239, 245, 256, 257, 258 e 260, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Carlos Pestana, solicitando a votação conjunta das Emendas nos 03, 05, 06, 07, 12, 34, 35, 36, 65, 70, 79, 97, 124, 140, 158, 160, 161, 164, 165, 166, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 181, 185, 186, 190, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 203, 207, 214, 215, 217, 219, 220, 224, 226, 241, 250, 253 e 254, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03. Na ocasião, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os Requerimentos do Vereador Carlos Pestana, acima referidos. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as seguintes Emendas, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, destacadas e com Parecer favorável da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL: de nos 03, 05, 06, 07, 12, 34, 35, 36, 65, 70, 79, 97, 124, 140, 158, 160, 161, 164, 165, 166, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 181, 185, 186, 190, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 203, 207, 214, 215, 217, 219, 220, 224, 226, 241, 250, 253 e 254, por vinte e dois votos SIM e três votos NÃO, após serem encaminhadas à votação pelo Vereador Sebastião Melo, em verificação de votação solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo sido também aprovadas em sua votação simbólica, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio Losada, Juberlei Bacelo e Paulinho Ruben Berta e votado Não os Vereadores Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn e Sebastião Melo. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da forma como seriam encaminhados os trabalhos desta Sessão, tendo os Vereadores Sebastião Melo e Carlos Pestana manifestado-se acerca do assunto. Ainda, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação de matérias referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03. Na ocasião, face Questão de Ordem e manifestação formuladas pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da relação de Emendas constantes do Requerimento verbal anteriormente formulado pelo Vereador Carlos Pestana, o qual solicitava a votação conjunta de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 020/03,  de  nos  04, 08, 09, 10, 19, 33, 66, 68, 71, 72, 74, 80, 82, 84, 85, 111, 112, 117, 118, 119, 120, 121, 125, 127, 128, 131, 132, 134, 156, 162, 163, 167, 171, 187, 188, 189, 211, 235, 240, 242, 243, 244, 247, 248, 249, 251, 252, 255 e 259, por vinte e três votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Sebastião Melo e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio Losada, Juberlei Bacelo e Paulinho Ruben Berta, Não os Vereadores Haroldo de Souza e Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção o Vereador Carlos Alberto Garcia. Após, foi aprovado o Requerimento verbal anteriormente formulado pelo Vereador Carlos Pestana, solicitando votação conjunta de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 020/03, por vinte votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Luiz Braz e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado  Sim os  Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio Losada, Juberlei Bacelo e Paulinho Ruben Berta, Não os Vereadores Ervino Besson e Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção o Vereador Luiz Braz. Também, face à aprovação do Requerimento verbal de autoria do Vereador Carlos Pestana, acima referido, o Senhor Presidente declarou prejudicado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando a votação em separado de Emendas de sua autoria, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03. Foram votadas conjuntamente e rejeitadas as Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 020/03, de nos 02, 14, 20, 67, 69, 73, 75, 77, 78, 81, 83, 108, 109, 110, 113, 114, 115, 116, 122, 123, 129, 130, 133, 135, 136, 137, 141, 143, 144, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 157, 159, 169, 170, 209, 210, 212, 213, 231, 232, 239, 245, 256, 257, 258 e 260, por um voto SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim o Vereador Sebastião Melo, Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio Losada e Juberlei Bacelo e tendo optado pela Abstenção o Vereador Luiz Braz. Às treze  horas e cinqüenta e três minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária a ser realizada às quatorze horas e para a Sessão Extraordinária a ser realizada às quatorze horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Maria Celeste e secretariados pelos Vereadores Maria Celeste e Elói Guimarães, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, está aberta a Sessão, há quórum. Entendo que nós poderíamos, por alguns minutos, suspender a Sessão, para que pudéssemos discutir o andamento desta Sessão Extraordinária e a votação de tantos destaques que foram apresentados. Parece-me que é o mais adequado, Sr. Presidente. Peço que considere isso.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, acho que a proposta do Ver. Juarez Pinheiro é boa, todavia ela fica prejudicada, neste momento, porque a maioria das Lideranças dos Partidos não se encontram presentes nesta Casa. Portanto, a reunião não tem razão de ser, a não ser que seja reunião da Mesa ou da Diretoria Legislativa, porque não há como fazer reunião se as Lideranças não estão aqui. Nós poderíamos usar o tempo de Comunicação de Líder, aguardar o tempo necessário, e então fazer a reunião.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa não tem quórum, apenas o Presidente está presente, os demais Vereadores não se encontram. Eu acho que o caminho realmente é iniciar com Comunicação de Líder para que se possa chegar a bom termo. Hoje é o dia em que temos de votar uma série muito elevada de destaques. A palavra está à disposição dos Vereadores que desejarem fazer Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Conversando aqui com a Liderança do PT que se encontra presente, também está a do PPS, na verdade, mesmo se nós usarmos o tempo de Comunicação de Líder, por dez minutos, nós teríamos de entrar na Ordem do Dia, mas não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia. Então, eu acho que seria razoável que a Presidência, volto atrás com a minha proposta, suspendesse por quinze minutos para tentar mobilizar os Vereadores, depois nós voltaremos à Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Presidência vê que há concordância entre a proposição do Ver. Juarez Pinheiro, agora reforçada pelo Ver. Sebastião Melo, e suspenderá a Sessão por dez minutos. Solicitamos que os Vereadores fiquem no plenário para que troquem idéias.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Só os Líderes é que podem decidir?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, não.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Então, por que nós não interrompemos e nos reunimos aqui, porque acho que todos os Vereadores são iguais. De Liderança, eu entendo, assim. Então, vamos nos reunir logo em seguida, aqueles que estão aqui, aqueles que obedecem ao horário nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h07min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 9h17min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, fazemos a nossa saudação a todos os estudantes de Porto Alegre, do nosso Estado, do nosso País. Também queremos fazer uma saudação especial ao Dia do Advogado, a todos os advogados da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso País. Temos, aqui, vários colegas Vereadores advogados, categoria que tem uma função muito especial. Hoje, praticamente, todas as ações das nossas vidas dependem e são influenciadas por um advogado, que se baseia em todas as ações que movimentam o dia-a-dia das nossas vidas. E, hoje, também, outra categoria comemora seu dia específico, hoje é o Dia do Garçom, dia 11 de agosto, que também é uma categoria especial, uma categoria que, no seu trabalho diário, quando vamos a um bar, restaurante, nos atende de maneira sorridente, solícita, fazendo um enorme trabalho de prestação de serviço.

Queremos saudar, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, os estudantes, os advogados e os garçons, estes, pessoas muitas vezes anônimas, com inúmeras jornadas, mas que na sua rotina de trabalho, prestam esse serviço de bem atender. Mais uma vez, em nome do nosso Partido, saudamos a todas essas categorias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, ontem, iniciamos a Semana da Família, e a Arquidiocese de Porto Alegre programou vários eventos para enfatizar, ressaltar a Semana da Família, cujo lema é “Acreditar na Família é Construir o Futuro”. Este tema é muito importante e, efetivamente, por causa das dificuldades pelas quais passam as famílias, hoje, o nosso futuro está também em dificuldade.

Vemos, tristemente, o crescimento do consumo das drogas, o crescimento de suas conseqüências, a sua grande conseqüência, a AIDS. E vemos que Porto Alegre está precisando tomar medidas que impeçam esse crescimento, já que somos entre as capitais, juntamente com o Rio de Janeiro, os líderes do maior índice de consumo de drogas do País, por conseqüência, somos a Capital de maior índice no Brasil de AIDS, essa tristeza deste século.

A Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre programou para amanhã, às 20 horas, no salão da Igreja São Pedro, na Avenida Cristóvão Colombo, um painel cujo título é “O Evangelho Aplicado à Família”. Para quarta-feira, no mesmo local, haverá palestras do casal Olindo e Marilene Toaldo sobre “As Dimensões do Amor”, “Amor Conjugal”, “Amor entre Pais e Filhos”, também palestra do psicólogo Cândido Lorenzatto sobre “Diagnóstico da Situação Atual da Família e suas Causas”.

E, ainda, o Padre Leandro Chiarello vai falar sobre “Qual o Papel da Igreja Junto à Família?”. Para quinta-feira, na Paróquia Santa Catarina, lá no bairro Sarandi, haverá uma Celebração Eucarística com uma Noite de Louvor pela Família. No sábado, a Caminhada pela Família, lá no Santuário da Mãe de Deus e, também no mesmo local, uma Celebração Eucarística. E, no domingo, haverá um Congresso Mariano - no Movimento Focolares -, lá em São Leopoldo.

Mas sobre a família, as suas dificuldades, as suas crises, vemos que hoje há uma crise muito forte de responsabilidade. Os casais não estão assumindo o seu matrimônio e, por conseqüência, acontecem as separações. Essas separações existem pela crise também do amor, as pessoas não estão amando, o egoísmo está campeando; estão privilegiando o ter e o poder em detrimento do amor e da solidariedade. Há dificuldade de diálogo entre o casal e do casal com os filhos. Os filhos ficam nessa desesperança, com dificuldade de construir o seu futuro e apelam para as drogas. Há um afastamento dos valores do Evangelho. Fica aqui, nesta Semana da Família, o convite a uma reflexão: se problemas existem, se existem menores de rua, moradores de rua, é porque a família não está fortalecida. Fica o convite de uma reflexão profunda sobre os valores da família, sobre a importância da família na construção de um mundo melhor. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e todos que nos assistem. O jornalista Paulo Sant’Ana, em sua coluna diária no jornal Zero Hora, costuma fazer algumas análises bem realistas da situação em que se encontra o nosso País, tanto no aspecto político quanto na situação econômica do Brasil. Na edição de terça-feira, por exemplo, 5 de agosto, foi levantada a hipótese de que a diminuição do número de carros que circula em Porto Alegre está vinculada à crise financeira em que estão mergulhados os brasileiros. O colunista do jornal Zero Hora, competente cronista e ex-Vereador desta Casa, é atualmente um legítimo representante da classe média alta. De origem humilde, ascendeu na carreira profissional. Foi delegado de polícia e conseguiu vencer, alcançando o reconhecimento de todos os gaúchos. Então, se até o Paulo Sant’Ana está reclamando da crise, e ele tem um salário bem acima da média dos cidadãos brasileiros, o que não devem estar sentindo os nossos irmãos e irmãs que vivem nas vilas?

A Capital dos gaúchos tem a cesta básica mais cara do País. Recentemente, tomando como referência a cesta básica de Porto Alegre, que em julho fechou em R$ 166,23, foi realizado um cálculo pelo DIEESE e, segundo esse cálculo, o salário mínimo ideal para atender às necessidades básicas de uma família seria em torno de R$ 1.396,50. Isso representa quase seis vezes mais do que o valor atual do mínimo vigente no País, que está em R$ 240,00. No último mês de julho, para comprar a cesta básica, um trabalhador que recebe salário mínimo precisou cumprir uma jornada média de trabalho em torno de 132h14min, conforme dado do DIEESE, Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos.

Vivemos hoje um grande debate nacional sobre as Reformas da Previdência e Tributária. A grande maioria das pessoas não acompanha esse debate, cujo resultado vai atingir o dia-a-dia de todos nós. Essa maioria dos brasileiros não vive o debate das Reformas, porque não pode perder tempo. É uma maioria silenciosa que precisa trabalhar e honrar os seus compromissos financeiros, precisa educar os seus filhos e continuar tocando suas vidas. Mas o debate das Reformas é necessário. É preciso resolver de uma vez por todas essa equação de resultados negativos. O PPS, lá em Brasília, votou favorável à Reforma da Previdência. No início do ano, o grande debate nacional era o “Fome Zero”. Lá no Rubem Berta temos um programa de combate à fome. O “Fome Zero”, do Governo Federal, que arrancou parecendo uma grande e definitiva solução para os problemas crônicos da falta de alimentos, ainda não mostrou a que veio. O debate das Reformas ofuscou o Fome Zero”. Sei que a Câmara Municipal de Porto Alegre está dando a sua contribuição. Tivemos até uma comissão específica, Comissão Especial para Estudo de Combate à Fome e Segurança Alimentar, presidida pelo Ver. Marcelo Danéris, com a participação da Ver.ª Clênia Maranhão na Vice-Presidência.

Não é preciso ser um cientista político para entender que a falta de alimento no Brasil está intimamente ligada à falta de emprego e às baixas taxas de crescimento que o País vem enfrentando ao longo dos últimos anos. A partir do momento em que houver crescimento econômico, teremos a geração de emprego e renda. Com isso também vai aumentar o número de pessoas em condições de fazer no mínimo três refeições por dia, como quer o Presidente Lula.

O Brasil, além do “Fome Zero” e das Reformas da Previdência e Tributária, precisa retomar o crescimento econômico. Desemprego zero é o que desejam os brasileiros.

Para encerrar, gostaríamos de lembrar mais uma vez o jornalista Paulo Sant’Ana, que encerrou a sua Coluna de ontem fazendo a seguinte pergunta: “Quando é que o Governo vai dar início ao anunciado espetáculo do crescimento”?

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o debate que o Ver. Paulinho Ruben Berta traz à tribuna é de grande importância para esta Casa. Entendemos nós, da Bancada do PT, que a Câmara de Vereadores do Município de Porto Alegre tem de estar integrada e deve diariamente poder debater e avaliar o processo de transformação, de mudança que o País começou a passar a partir da eleição do Governo Lula. Nós entendemos que, quando nós falamos de “Fome Zero”, nós não estamos falando de um Programa que discute diretamente ações voltadas à questão de distribuição de alimentos, que é muito necessária, que é prioritária, nós estamos falando, Ver. Valdir Caetano, de um conjunto de ações sociais, econômicas e até estruturais que levam o Governo e a sociedade a não só tratarem da necessidade imediata do cidadão que está com fome, mas, sim, de construir condições para que esse cidadão saia da condição de miséria que o leva à fome. Portanto, o Projeto que está se realizando lá no Nordeste da construção das cisternas - está programada a construção de mais de dez mil cisternas - é um Projeto dentro do arcabouço do “Fome Zero”. Por quê? Porque tratando da questão da seca, da falta de água no Nordeste, é construído, na realidade, um elemento positivo para aquelas pequenas famílias que vivem da agricultura familiar, para que elas possam produzir e, portanto, ter o seu alimento.

Isso é um exemplo só de como o “Fome Zero”, o Projeto do Governo Lula não está diretamente associado ao que distribui alimentos. Tivemos, na história brasileira, diversos exemplos, mas quero referir a necessidade que nós temos de poder estar articulando ações sociais à questão econômica. Eu dou outro exemplo: em Porto Alegre nós estamos fazendo isso, os comitês “Fome Zero” que existem na Cidade - que estão sendo inaugurados e criados na Cidade - vêm discutindo permanentemente ações de geração de renda, como, por exemplo, capacitar o cidadão, as famílias que foram excluídas por esse modelo econômico, para que eles possam competir dentro desse mercado que está aí, buscando emprego formal, pois muitas vezes ou ele não existe, ou ele existe, mas é cobrada do cidadão uma capacitação, uma formação que esse cidadão excluído ou essa família excluída não têm. Então há um conjunto de projetos que formam, que capacitam essas famílias para um mercado que nós chamaríamos de mercado alternativo, economia de comunhão, economia alternativa. Então, é importante nós estarmos destacando isso, até no debate com um companheiro que trouxe o tema à tribuna, para que a crítica necessária ao “Fome Zero” e aos projetos sociais do Governo fosse feita a partir dessa ótica, ou seja, de qual entendimento o Governo Lula tem de como fazer as ações sociais. Não adianta - e a história do Brasil já mostrou isso -, nós ficarmos só tratando de distribuir alimento, nós temos é que articular a essas ações imediatas ações de médio e de longo prazo que restabeleçam o crescimento do País, e, centralmente, o crescimento para aqueles que mais necessitam, que são os excluídos. Portanto, o conjunto das propostas hoje do “Fome Zero” articula essas questões. Eu também “linkaria” essa questão do “Fome Zero” à questão da Reforma da Previdência, amplamente debatida, tivemos a votação agora em primeiro turno. Eu penso que é importante destacar que tanto a Reforma da Previdência como a Reforma Agrária são duas ações. A Reforma da Previdência, na reorganização do sistema previdenciário, tem a possibilidade de trazer para dentro do bojo da pensão, do benefício, tanto por meio da aposentadoria, como da pensão, mais oito milhões de brasileiros. Isso é inclusão de um setor de pequenas aposentadorias, pequenas pensões, que vai agir diretamente nos mais excluídos. A Reforma Agrária também. Eu penso que, quanto mais nós conseguirmos fazer um processo de inclusão do cidadão e da família que tem origem no meio rural, que tem trabalho no meio rural, reorganizando o campo e a produção primária deste País, nós temos condições de cessar, estagnar o fenômeno de crescimentos das grandes cidades, que - todos nós sabemos, porque Porto Alegre é um exemplo disso -, com as suas finanças, com a sua ordenação por meio de projetos, não consegue responder a isso, porque diariamente se resolve o problema de uma comunidade, de uma vila, faz-se a urbanização e, do lado, já está sendo criada uma outra vila, que é reflexo disso, do êxodo rural, da vinda de centenas de cidadãos, de famílias do interior do Estado. Portanto, a Reforma Agrária é outro ingrediente, é outra peça estrutural na composição desse projeto estratégico do Governo Lula. Portanto, pensar a Reforma Agrária, articulando-a com ações socioeconômicas, pensar a Reforma da Previdência, incluindo nela cidadãos excluídos neste País, e pensar a Reforma Agrária reorganizando o campo é o caminho que temos para dar o início a uma outra fase da Nação brasileira, uma fase de crescimento, uma fase de distribuição de renda para todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, o Requerimento se impõe pela circunstância, é que o dia de sábado marcou o passamento do Sr. Jorge Nei de Lima Dusso, o seu Lima; funcionário desta Casa, do meu gabinete. Durante muitos anos ele foi servidor municipal, aposentado no início dos anos 90, depois de ter sido reconvocado por um período para trabalhar no gabinete do então Dep. Guilherme Socias Villela, e, desde 1995, com o nosso retorno a esta Casa, foi nosso Assessor, além de ser nosso amigo direto, parte de nosso emocional.

Conforme tradição da Casa, Sr. Presidente, solicito a V. Exa. que submeta ao Plenário o nosso Requerimento de homenagem póstuma com um minuto de silêncio e que essa nossa decisão fosse participada à família, na figura de sua esposa, Dona Dalva, e de seus filhos Eduardo e Jorge, cujos endereços proponho-me a fornecer à Mesa ainda nesta manhã. Fico grato a V. Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Acolhido o requerimento de V. Exa., faremos um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Sr. Jorge Nei de Lima Dusso.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro nós também queremos aqui registrar esta data de hoje, dia 11 de agosto, dia dos Advogados, dia das Advogadas, e dizer, Sr. Presidente, que esta é a única profissão liberal que exerce o munus público, ou seja, ela é indispensável ao condicionamento da prestação jurisdicional. A advocacia não está diferenciada do contexto da sociedade brasileira, vive uma crise enorme; hoje são quase 500 mil advogados no Brasil, 50 e poucos mil inscritos na Ordem do Rio Grande do Sul. O mercado de trabalho está cada vez mais reduzido, mas eu diria que a advocacia cumpre um papel fundamental no exercício da cidadania; não há democracia, não há justiça social se você não tiver um Judiciário fortalecido, uma prestação jurisdicional ágil e capaz de atender às demandas da sociedade, e o Advogado é peça indispensável, porque ele exerce esse munus público; ele é a porta de entrada na Justiça para as demandas da sociedade. Então, fica aqui o nosso registro na semana do Advogado.

Eu queria neste pedaço de tempo, dizer, Ver. Haroldo de Souza, meu companheiro de Partido, que esta Casa em determinados momentos pode se qualificar e avançar, ou ela pode diminuir. Quando ela vota um Título de Cidadão, quando ela vota um nome de rua, não é que eu ache que isso seja desqualificar, mas acho que essa não é a função fundamental de um Legislativo. Nós estamos aqui a discutir hoje, Ver. Paulinho Ruben Berta, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, Ver. Cassiá Carpes, que embasa o Orçamento, e quando eu falo em Orçamento, eu estou falando em mais saúde, ou menos saúde; eu estou falando em mais meninos de rua ou menos meninos de rua; eu estou falando em políticas públicas que qualifiquem e avancem ou que se destinem para outra finalidade.

Então, eu diria que esta Sessão pode ser diferencial ou não. A Bancada do PMDB tem clareza disso. Nós apresentamos 41 Emendas e 39 das nossas Emendas foram rejeitadas, e o Governo, durante 45 dias, não pegou o telefone ou não foi à Liderança do Partido para dizer: “Nós temos interesse, e achamos que algumas das tuas Emendas pode ajudar o Município.” E, quando chega na reta final, quando faltam 10 minutos, Ver. Haroldo de Souza, para terminar o campeonato, alguém chega e diz: “Mas nós queremos aceitar alguma de suas Emendas”, as minhas Emendas não estão em negociação, não estão à disposição no mercado, não estão no balcão de negociações, até porque eu não vou negociar com quem não é sério. Eu me lembro que no ano passado – está aqui o Secretário André Passos, Sr. Presidente, e eu já requeiro de pronto, para quando começar a votação: ele é muito bem-vindo a esta Casa, não percorrendo Bancadas de Vereadores, mas lá no canto, lá atrás, porque isso não qualifica a relação do Legislativo com o Poder Executivo - havia aqui uma Emenda que, para nós, Ver. Cassiá Carpes, levava recursos aos bombeiros. Essa Emenda foi discutida, Ver. Pedro Américo Leal, e, inclusive, V. Exa. fez um discurso magnífico nesta tribuna, quando apareceu, aqui, o Comandante dos Bombeiros, do Governo Olívio Dutra, junto com a Prefeitura, fazendo um apelo para que os Vereadores não aprovassem essa Emenda, porque o Secretário de Planejamento do Município havia feito um acordo de colocar os recursos. Então, eu vou lá agora, e os recursos não foram, nenhum centavo.

Este mesmo Governo, há dois anos, disse que três meses depois colocaria a senha, que foi aprovada em 2001. E nós estamos em 2003, e agora vão fazer uma cerimônia, na presidência, “para inglês ver”, porque, na verdade, não vão cumprir a Lei, vão criar uma página, na Internet, e vão dizer que cumpriram a Lei. Não vão cumprir a Lei!

Então, eu não vou negociar com quem não cumpre acordo. Nós vamos encaminhar as nossas Emendas com profundidade, com debates, Ver. Nereu D’Avila, porque eu penso que esta é uma hora em que a Casa se afirma ou diminui, porque a crise está aí, falta dinheiro para o pãozinho, para o leite do operário, mas não falta dinheiro para a publicidade. E isso tem de se discutir no Orçamento! A bimestralidade não tem para os funcionários, mas o dinheiro para a propaganda existe. E qual é o momento de discutirmos isso? É o momento de darmos nome para rua? Aí, é momento de discutirmos isso? Esse é o questionamento que eu faço. Tem gente que vai dizer: “A Bancada do PMDB vai ser intransigente, vai encaminhar as Emendas”. Eu vou encaminhar todas as Emendas! Se tivermos que ir noite adentro, que entremos noite adentro, que entremos madrugada adentro, porque, na nossa avaliação, o momento é agora.

Por isso, Sr. Presidente, neste debate inicial, eu acho que a Casa vive hoje um dia muito especial, que é o dia para discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, com essa convocação extraordinária, os Vereadores estão com a maior vontade para que nós possamos terminar esse processo de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, hoje, só com a parte dos destaques. Que nós possamos, neste plenário, como disse o Ver. Sebastião Melo, expressar a nossa vontade de colocar algumas Emendas, às vezes, até pela vontade popular que é trazida a estes Vereadores.

Portanto, espero que nós possamos, hoje de manhã, terminar esse processo para que nós tenhamos, de tarde, uma Sessão normal e possamos dar seguimento aos nossos trabalhos.

Quero aqui fazer um elogio ao Secretário de Educação do Estado, nosso ex-colega, momentaneamente, Ver. José Fortunati, que começa a fazer um processo que, entendo, seja um dos únicos capazes de revitalizar as nossas escolas. Quem sabe, depois, a população possa tomar conta, Ver. Nereu D’Avila, também das praças para, principalmente, atuar num processo de inclusão da sociedade nas escolas estaduais. Quem sabe, nós possamos, também, nas escolas municipais, retomarmos as praças, com boa iluminação, com condições de a população realmente aproveitar aquele espaço que pertence à população de Porto Alegre e, agora, pertencerá, também, à população do Estado, porque a Secretaria do Estado está fazendo um plano-piloto, começando por Porto Alegre e se expandindo por todo o Estado.

É um Projeto ambicioso que deve ser elogiado por todos, principalmente neste momento em que as drogas começam a tomar conta das escolas da nossa sociedade, da nossa família, por que não dizer? - e o Secretário toma uma decisão clara, urgente e precisa, no momento em que não tem como ser de outra forma. O lazer, a prática do esporte, a convivência nas próprias comunidades são necessários, urgentes para enfrentar essa realidade dura da sociedade brasileira. As drogas começam a tomar conta da sociedade, e a escola começa a reagir. Eu não tenho dúvida de que uma parceria dos professores, das famílias, dos alunos, enfim, de todo esse complexo importantíssimo para lutar, para combater as drogas no nosso País, começa realmente em casa, na escola e com a própria comunidade. Portanto, meus parabéns ao Secretário José Fortunati; parabéns a ele por essa iniciativa, que é, sem dúvida, importantíssima para enfrentar esse mal que assola a nossa sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Ilustre Presidente da Casa, Ver. João Antonio Dib, Sra. Secretária, Ver.ª Maria Celeste, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, no mesmo diapasão do Líder do PTB, Ver. Cassiá Carpes, quero encaminhar, em nome do PDT, os efusivos cumprimentos ao Secretário da Educação José Fortunati que, na sua incipiente missão de comandar a Pasta da Educação estadual, vem, paulatinamente, abrindo caminho para aquilo que é a precípua política do PDT voltada para a criança, para a escola, para a congregação da comunidade com a escola. Inicialmente, serão 51 escolas como plano-piloto, mas, até o ano que vem, ampliar-se-á esse leque de escolas abertas para que as comunidades sejam absorvidas, principalmente os jovens ociosos que, nos finais de semana, possivelmente, estariam lidando com drogas e encontrarão nas escolas um ambiente de afeto, de distração, um ambiente de convivência com seus coirmãos nas diversas escolas, agora, abertas em Porto Alegre. Visitamos, no sábado, uma escola na Restinga e lá já encontramos esse ambiente, que é o fundamento da proposta do PDT na Pasta da Educação. A outra proposta, que já está acontecendo no Interior do Estado, como em Canela, é a Escola de Tempo Integral. O PDT tem um compromisso absoluto - e o Partido exige o cumprimento desse pressuposto quando está no poder, como é o caso agora - para se evitar que aconteça, como há pouco tempo foi divulgado em manchetes do jornal Zero Hora, que diziam que em apenas seis anos, de 1997 a 2003, foi triplicado o número de crianças de rua de Porto Alegre. E o jornal Zero Hora de hoje traz um confuso artigo da Presidenta da FASC, manipulando dados, jogando para cá e para lá, como se tudo estivesse às mil maravilhas, confundindo com dados para cá e para lá; lê-se e nada se entende. Ou seja, verifica-se a velha cantilena Petista, que, graças a Deus, no ano que vem, se essa população de Porto Alegre nos ajudar, não possibilitará a permanência de um Partido por mais de quatro mandatos no Poder. Não é possível, para uma cidade civilizada e politizada como esta, essa contradição. Aí estão os dados: triplicou, em seis anos, o número de meninos de rua em Porto Alegre. Um Prefeito que renunciou, abandonou a sua cidade para ser Ministro, para ser Secretário em Brasília, disse que ia erradicar com os meninos de rua em Porto Alegre. É o velho discurso, porque Pedro já dizia: “Repita-se mil vezes uma inverdade e ela tornar-se-á uma verdade”. E essa é a política que se instituiu em Porto Alegre. Portanto, no momento em que o Secretário de Educação do Rio Grande do Sul, efetivamente, absorve a sociedade para a inclusão social, para que todos convivam na escola, finalmente, estão-se encontrando as causas da situação, porque o desemprego, que também aumentou incrivelmente em Porto Alegre, e ninguém está dizendo isso, estão aí os dados. Onde estão as políticas, os eixos - porque se gosta da retórica - de política? Um dos eixos da retórica é a obviedade absoluta: a radicalização da democracia. Porto Alegre não agüenta mais esse tipo de oratória, de retórica, de inverdades, de manipulação de dados. Portanto, a sociedade exige, agora, efetivamente, políticas concretas, como essa que o Secretário da Educação José Fortunati, em tão boa hora, está instituindo. A Escola Aberta, não é possível fechar a escola, que é a única porta social na periferia da Cidade, em muitas comunidades pobres desta Cidade, a única porta aberta é a escola, e, portanto, não era viável que ela ficasse fechada no final de semana.

Sr. Presidente, eu agradeço pela tolerância, mas encerro parabenizando o Secretário de Educação, que não está lá para cumprir facção política, mas, senão, para beneficiar a sociedade.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. João Antonio Dib, demais Vereadores e Vereadoras e aqueles que nos assistem nas suas casas, através da TVCâmara, e aqui, prestigiando a nossa Sessão, queríamos, em primeiro lugar, iniciar deixando os parabéns da nossa Bancada do Partido Comunista do Brasil a todos os pais que no domingo comemoraram mais um dia dedicado a eles. Queríamos, também, informar sobre a realização exitosa, no final de semana, da I Conferência - etapa municipal das cidades - ocorrida na Usina do Gasômetro. Participaram, ao todo, da Conferência Regional, que foi no mesmo final de semana, 14 municípios, cerca de 700 pessoas, pelas informações que tivemos. E na Usina tivemos, no sábado, a realização da etapa municipal. Estiveram presentes diversos Vereadores, dos que eu tive oportunidade, no sábado, de contatar: a Ver.ª Maria Celeste, o Ver. Zé Valdir, o Ver. Carlos Pestana, o Ver. Darci Campani e este, além de outros Vereadores; parece-me que o Ver. Beto Moesch e o Ver. Carlos Alberto Garcia também se fizeram presentes na abertura da Conferência. Nesses três dias, se considerarmos a abertura na sexta-feira, com a presença do Ministro das Cidades, Olívio Dutra, foram debatidos importantíssimos problemas da Cidade, como a questão da Reforma Urbana como um todo; as diretrizes; as políticas para as cidades; a questão da habitação, abrangendo desde projetos de habitação, de lotes urbanizados, a regularização fundiária, a questão do cooperativismo habitacional e tantas outras questões relevantes; a temática do transporte e do trânsito; a temática da qualidade ambiental e do saneamento ambiental; e a questão da gestão e da participação popular nas nossas cidades. As resoluções deverão, nos próximos dias, ser publicadas. E foi também escolhida a delegação de Porto Alegre para a Conferência Estadual nos dias 25 e 26 de setembro. Dentro dessa delegação teremos cinco Vereadores desta Casa: o Ver. Darci Campani, não propriamente como delegado dos gestores públicos, mas delegado no âmbito das entidades ambientais, pela ABES; o Ver. Carlos Pestana, delegado; o Ver. Zé Valdir, delegado; a Ver.ª Maria Celeste, também escolhida delegada; e este Vereador. Portanto, a nossa Casa estará bem representada. Só lastimo que um número maior de Vereadores não se tenha feito presente, que também abrilhantariam a participação.

Queria também parabenizar e divulgar aqui a posse, na sexta-feira passada, do Ver. Luiz Fernando Godoi, Presidente da UVERGS, que agora foi eleito e tomou posse como Presidente da União de Vereadores do Brasil.

Por fim, queria, rapidamente, me referir à importante reunião que a Comissão de Urbanismo e Transporte e Habitação realizou na sexta-feira, pela manhã, com a participação da EPTC, ATP, ATL, UAMPA, Orçamento Participativo e diversas outras entidades representativas, para discutir o problema da redução ou não das tarifas dos táxi-lotação em Porto Alegre. Discussão foi muito profunda e ficou marcada uma nova reunião da Comissão para discutir a questão tarifária no seu conjunto.

E anuncio, Sr, Presidente, que na terça- feira próxima estaremos realizando um importante debate na nossa Comissão sobre a questão do muro da Mauá. Questão essa suscitada também num Projeto do Ver. Haroldo de Souza, e entendemos que a Comissão deve examiná-la. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris solicita Licença-Paternidade no período de 10 a 14 deste mês.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Marcelo Danéris e dada ao posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Darci Campani solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, 11 de agosto.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Darci Campani e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Senhores Vereadores, enquanto se desdobram alguns entendimentos que se constituem numa negociação normal numa Casa Legislativa, que não é abertura de nenhum balcão de negócios, mas, sim, de negociações - que natural e necessariamente precisam ocorrer nesta Casa -, impõe-se que nos coloquemos em relação a alguns assuntos que tomaram conta, inclusive, dos noticiários de jornais, de rádios e de emissoras de televisão e que ocorreram nessas últimas horas aqui nesta Casa, que é, sabidamente, a caixa de ressonância dos grandes debates sócio-econômicos que se realizam no município de Porto Alegre. Na sexta-feira, houve um novo desdobramento com a visita, na CUTHAB, das lideranças da ATL para tratar desse assunto, que passou a ser objeto de discussão na Cidade, a respeito da tarifa do táxi-lotação, vinculada com a tarifa do táxi-lotação, vinculado com a tarifa do sistema de transporte coletivo por ônibus, na cidade de Porto Alegre. Os debates que aqui ocorreram e que foram parcialmente reproduzidos na imprensa, não traduzem com a intensidade devida e com a clareza necessária o que efetivamente está ocorrendo neste momento. Eu entendo que a Casa, como já vem fazendo, precisa posicionar-se com relação a este assunto, com a maior seriedade possível, porque não é possível que se atenda a algumas reivindicações pontuais e, em cima do atendimento dessas reivindicações pontuais, se ponha em cheque todo um sistema de transporte coletivo geral que na cidade de Porto Alegre, em que pesem todas as dificuldades da crise econômica brasileira, funciona com regularidade mais do que satisfatória. Por isso, eu não estou me furtando de debater esse assunto. Os jornais, ainda no sábado, diziam que a Lei vincula à tarifa de táxi-lotação na proporção de 1,5%, com relação à tarifa de ônibus, e que isso se daria em função de uma Emenda nossa à Legislação vigente, e que essa Emenda havia sido objeto de contestação judicial, e o foi, estando hoje suspensa, e mais do que isso, ela vincularia, de forma definitiva, uma situação do desagrado dos permissionários de táxi-lotação. Não foi dito, Sr. Presidente, não foi dito, Srs. Vereadores, e é bom que se diga, que essa vinculação foi originariamente de 1,9%, e que quando nós legislamos sobre a matéria, quando apresentamos a Emenda, cujos efeitos estão suspensos na via judicial - e o Executivo pretende, honrando um compromisso aqui com a Casa, reabilitá-lo -, fixou em 1,5%, é uma redução, porque a vinculação, quando era por decreto, era na ordem de 1,7%, e quando se colocou essa vinculação de 1,5% foi em concerto com os transportadores de táxi-lotação que faziam essa reivindicação. Hoje, a alegação é de perda de passageiro, que é real, e diante de um quadro recessivo que a Nação vive não pode ter implicações de tal ordem, porque se hoje há uma perda considerável de cerca de 100 mil passageiros no serviço de táxi-lotação, registra-se alguma coisa como dois milhões de passageiros que deixam de ser transportados no sistema de ônibus. É um sistema complexo. Nós sabemos que hoje o sistema de transporte por ônibus suporta inúmeras isenções que, se cortadas, representariam uma redução de 30% no preço da tarifa. Eu pergunto a esta Casa: quem de nós vai ter coragem de suspender a isenção aos idosos? Quem de nós vai retirar a meia-passagem do estudante? Quem de nós vai retirar os benefícios concedidos aos deficientes? Quem de nós vai retirar o passe-livre aos domingos? Alguns poderiam até fazer, sendo que isso daria uma redução de 3%.

Esse é um assunto sério que não pode ser emocionalmente tratado e nem demagogicamente. É preciso que alguém diga claramente que hoje as isenções que são oferecidas pelas legislações em Porto Alegre, muitas delas frutos de Leis oriundas desta Casa, são objeto de um subsidiamento cruzado, porque quem paga por elas são os usuários de transporte coletivo de massa, que é o transporte por ônibus.

Esse é um assunto relevante, Sr. Presidente, o meu tempo se esgotou e eu voltarei com ele, porque penso que deve ser debatido de frente, sem demagogia, sem constrangimento e com a responsabilidade que caracteriza a ação dos homens e das mulheres que integram esta Casa.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, nós estamos prestes a iniciar a votação de um dos Projetos mais importantes que nós votamos durante o ano, nesta Câmara Municipal, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias. É exatamente essa Legislação que traça as linhas mestras, dentre as quais vai ficar situado o Projeto do Orçamento. Qualquer erro que for cometido aqui, hoje, qualquer omissão, qualquer artigo que for votado de maneira equivocada, vai acabar comprometendo a votação do Projeto de Orçamento. Por isso até a justificativa para que esta Sessão Extraordinária fosse convocada para a manhã desta segunda-feira, a fim de podermos votar a LDO quem sabe durante o dia todo, quem sabe até ingressando em parte da noite, mas dando oportunidade para que a Redação Final seja efetuada para ser entregue ainda amanhã para o Executivo. Por isso, é claro, que todos nós, Vereadores, vamos tomar o máximo cuidado para não cometermos erros, não cometermos falhas. Muitas são as Emendas que foram colocadas para que sobre elas pudéssemos nos debruçar, tentando tirar hoje aqui das votações a melhor das legislações em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Existe um destaque que colocamos para um dos artigos – creio que é o art. 15 -, sendo que a nossa preocupação foi de não tirar força do Poder Legislativo, e continuar fazendo com que o Poder Legislativo pudesse se equiparar aos outros Poderes, de acordo com o que mandam os princípios democráticos, ou, no caso aqui do Município, ao Poder Executivo Municipal, porque se nós permitirmos que o art. 15 permaneça no texto da LDO da forma como está, ele não vai permitir que os Srs. Vereadores possam indicar, por exemplo, nenhuma instituição para receber alguma dotação no Projeto Orçamentário. Eu penso que isso é um cuidado que devemos ter quando estivermos votando agora a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Um apelo que faço aos meus companheiros de Plenário é para que nós possamos tentar evitar qualquer discussão supérflua; que nós possamos realmente caminhar na direção de votarmos este Projeto da melhor forma possível, para retirarmos dele a melhor das legislações, sem com isso querermos que o lado situacionista vença o lado oposicionista ou vice-versa, mas que realmente nós possamos ter uma boa Lei para direcionar a votação do Orçamento, lá pelo mês de novembro, quando estaremos votando as verbas para o ano que vem. É uma solicitação que eu faço, porque, afinal de contas, esse é um cuidado que a nossa Câmara Municipal tem que tomar, quando está votando matéria tão importante como a que nós vamos começar a votar dentro de instantes, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais inscritos para Comunicação de Liderança.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO  (continuação)

 

PROC. 2717/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 020/03, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2004 e dá outras providências. Com Emendas n.os 01 a 20, 22 a 37, 41, 42, 48, 52, 56, 57, 64 a 85, 94, 96, 97, 100, 101, 107 a 227, 229 a 236, 238 a 270 ao Projeto.

 

Parecer:

- da  CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto e seus Anexos, das Emendas n.os 03, 05, 06, 07, 12, 29, 34, 35, 36, 65, 70, 79, 97, 124, 140, 158, 160, 161, 164, 165, 166, 172 a 178, 181, 185, 186, 190, 196 a 201, 203, 207, 214, 215, 217, 219, 220, 224, 226, 241, 250, 253, 254, 261 a 270; pela rejeição das Emendas n.os 01, 02, 04, 08 a 11, 13 a 20, 22 a 28, 30 a 33, 37, 41, 42, 48, 52, 56, 57, 64, 66 a 69, 71 a 78, 80 a 85, 94, 96, 100, 101, 107 a 123, 125 a 139, 141 a 157, 159, 162, 163, 167 a 171, 179, 180, 182 a 184, 187 a 189, 191 a 195, 202, 204 a 206, 208 a 213, 216, 218, 221 a 223, 225, 227, 229 a 236, 238 a 240, 242 a 249, 251, 252, 255 a 260.

 

Observações:

- quórum para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - art. 53, "caput" c/c art. 82 da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 07-08-03;

- foram retiradas as Emendas n.os 21, 38 a 40, 43 a 47, 49 a 51, 53 a 55, 58 a 63, 86 a 93, 95, 98, 99, 102 a 106, 228 e 237;

- aprovado o Projeto e as Emendas n.os 29, 261 a 270, em 07-08-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Retornamos à discussão e à votação do Projeto de Lei do Executivo, à Lei de Diretrizes Orçamentárias, com as Emendas que foram destacadas. Comunico à Casa que todos os prazos foram comunicados exatamente como preceitua a Lei Orgânica e o Regimento. Não houve nenhuma procrastinação, não houve nenhum atraso, e nós estamos dentro dos prazos regimentais e orgânicos para o encaminhamento da proposta da LDO a S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal.

A primeira votação é a votação do art. 15, que foi destacado pelo Ver. Luiz Braz.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Apesar de ser do desagrado de alguns, está se completando uma negociação, que, muito provavelmente, possibilite que votemos umas 100 Emendas em bloco, o que agilizará sobremaneira os trabalhos. Por 100 Emendas, V. Exa. me dá dez minutos, não dá?

Requeiro a V. Exa. dez minutos para complementarmos a nossa negociação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Atendo à solicitação do nobre Ver. Reginaldo Pujol, suspendo a Sessão por 10 minutos, para que as Lideranças e os Vereadores consigam consenso na votação das Emendas e dos destaques, visto que o número é bastante elevado. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h17min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 11h40min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, houve amplas negociações, e ficaram concertadas três situações absolutamente claras, para votação em bloco.

1º Bloco - as Emendas que haviam sido aprovadas no Relatório do Ver. Carlos Alberto Garcia e que foram destacadas pelos Srs. Vereadores. Todos esses destaques nós vamos derrubar; vamos reafirmar a aprovação dessas Emendas.

2º Bloco - há condições de se aprovarem as seguintes Emendas, apostas ao PLE n.º 020/03: Emendas números 01, 04, 08, 09, 10, 13, 16, 19, 22, 23, 24, 28, 32, 33, 37, 41, 42, 66, 68, 71, 72, 74, 80, 82, 84, 85, 94, 96, 100, 107, 111, 112, 117, 118, 119, 120, 121, 125, 126, 127, 128, 131, 132, 134, 138, 142, 145, 156, 162, 163, 167, 171, 180, 182, 183, 184, 187, 188, 189, 192, 193, 194, 195, 202, 204, 205, 211, 208, 216, 218, 222, 235, 240, 242, 243, 244, 246, 247, 248, 249, 251, 252, 255 e 259.

3º Bloco - uma leva de dez Emendas, que serão discutidas e negociadas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, frente ao Requerimento do Líder do PFL, Ver. Reginaldo Pujol, impõem-se duas condições básicas para o encaminhamento: primeiro, é que foi distribuído um “espelho” para a votação para todas as Lideranças de Bancada, e só mediante requerimento ele poderá ser mudado. Segundo: é necessária uma redistribuição, porque, com certeza, muitas dessas Emendas que vão ser aprovadas vão prejudicar outras Emendas. Portanto, para a orientação de votação, não dá para continuar a votação sem dizer à Diretoria Legislativa quais as Emendas que ficarão prejudicadas.

Por isso, eu pergunto à Mesa por qual forma a Mesa vai se decidir para a alteração, porque estamos em processo de votação, e, para mudar aquilo que foi estabelecido, evidentemente que a Casa, na sua maioria, poderá acordar, mas a Bancada do PMDB não dá acordo para esse encaminhamento. Respeitamos o encaminhamento da oposição, majoritária, mas a Bancada do PMDB não faz acordo nesse sentido.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Presidente, conforme falou o Ver. Reginaldo Pujol, a tentativa de fazer evoluir o processo é o seguinte: 1º - votar os destaques apontados pelo Relatório; 2º - votar as Emendas tidas como acordadas em bloco; 3º - as que vão ser negociadas. O Ver. Sebastião Melo, de forma própria, se manifesta. Entendemos, sim, que a Diretoria Legislativa tem que mandar um “espelho” com as propostas, e depois nós vamos partir para a votação, se for esse o entendimento. O nosso encaminhamento é no sentido de que sejam, primeiro, votadas em bloco as emendas destacadas; depois as emendas lidas pelo Ver. Reginaldo Pujol, e depois, então, partimos para as Emendas em negociação e outras Emendas, não-explicitadas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa deseja dizer que cumprimenta os Vereadores, que souberam fazer uma composição, porque é importante. São 166 as Emendas a serem votadas, e não conseguiríamos tempo para isso nem em todas as Sessões durante toda a semana.

Por outro lado, Ver. Sebastião Melo, a Mesa deseja declarar que é muito atenta e sabe das suas obrigações. É evidente que vai colocar em votação o Requerimento de votação em bloco das Emendas apregoadas pelo Ver. Reginaldo Pujol e sabe, também, que posteriormente terá de fazer a recomposição do “espelho” distribuído com a ordem de votação.

De qualquer forma, a Mesa também o cumprimenta, pela sua preocupação, que poderia ter sido dispensada. De qualquer forma, meus cumprimentos. (Pausa.)

Antes de colocar em votação o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol - como eu já disse, a Mesa Diretora e a Diretoria Legislativa estão atentas -, nós temos de fazer algumas modificações, porque algumas das Emendas ali colocadas não estão destacadas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, se não foram destacadas, já foram aprovadas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Mas há qualquer equívoco, e vamos verificar para que não haja desperdício do esforço dos nobres Vereadores que, entendendo a necessidade de compor, compuseram.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, apenas para esclarecer, o que é desnecessário para V. Exa., mas talvez para mim, eu falando, fique mais claro: as Emendas constantes do Relatório que não foram destacadas foram aprovadas junto com o Projeto. Então, não há nenhum problema, mesmo que o Ver. Pujol tenha...

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu estou falando das Emendas que o parecerista deu pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa está fazendo a verificação, que será rápida, e faremos a votação da melhor maneira possível. Os trabalhos ficam suspensos por 15 minutos para que a Diretoria Legislativa possa dar seqüência ao seu trabalho.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 11h49min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 12h04min): Estão reabertos os trabalhos.

Vamos colocar em votação os Requerimentos. No primeiro bloco entrarão em votação as Emendas que tiveram parecer favorável da CEFOR e destacadas pelos Srs. Vereadores.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, volto por questão de esclarecimento: V. Exa. vai colocar o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol para ser votado aqui?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Mas é o que eu falei, nobre Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: É isso, Sr. Presidente! Agora quero dizer uma coisa para contribuir com a Mesa Diretora. Fui de uma clareza meridiana, desde o primeiro momento, dizendo que o PMDB não participaria dessa negociação. Quatorze Emendas de autoria deste Vereador foram colocadas, e eu não autorizo a colocação delas nesse acordo, por que não participei desse acordo e, portanto, não está autorizado; não dei procuração para ninguém.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, apesar de que é uma situação inédita de querermos aprovar Emendas de um Vereador e ele não querer que se aprove. Se o Vereador nos proibir de aprovar as Emendas dele, que é uma situação anti-regimental, nós estaremos diante de um precedente, aqui, na Câmara.

Nós estamos declarando, naquela lista, que queremos aprovar aquelas Emendas. Achamos que são boas e queremos aprová-las! Agora, se não querem que aprovemos, nos proíbam de aprovar.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, essa não é a questão. A questão colocada é outra. Se eu aglutino 90 emendas, se oferece o debate de uma vez para debater 90 emendas. Se eu voto as Emendas destacadamente, oportunizo a que cada Bancada e o autor, por exemplo, façam o encaminhamento e discutam. Essa é a questão de mérito; nós respeitamos as posições contrárias, mas estamos abrigados naquilo que é uma fortaleza desta Casa, que é o Regimento.

Eu destaquei as Emendas e, portanto, as Emendas estão destacadas e quero encaminhá-las.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu penso que V. Exa. também queira contribuir para viabilizar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, pois seria fato inédito nesta Casa não entregar no prazo estabelecido pela Lei Orgânica. Se as Emendas de V. Exa. são incluídas para serem aprovadas e V. Exa. as destacou, porque elas estavam negadas, eu não vejo porque V. Exa., que deseja contribuir - tenho absoluta convicção - não quer que as Emendas sejam aprovadas.

V. Exa. vai ter dificuldade em explicar por que não querer as Emendas aprovadas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, V. Exa. está colocando aquilo que não falei, e V. Exa. não tem autorização para fazer isso, e vamos “devagar com o andor, porque o santo é de barro”.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, a Mesa não vai debater com V. Exa.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu não participei de acordo nenhum, se V. Exa. está em algum acordo junto com parte da oposição, eu não participei. Então, por favor, eu estou usando, de forma muito tranqüila, o Regimento da Casa.

 

O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós estamos discutindo detalhes. Eu requeiro a V. Exa. que discutamos o todo. V. Exa. coloca o Requerimento em votação, se ele for aprovado, o menor fica para traz; o maior é a decisão da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Correta a colocação de V. Exa., mas eu gostaria de dizer que não coloquei nenhuma palavra como se ela tivesse sido utilizada pelo Ver. Sebastião Melo. Eu apenas disse que achava que S. Exa. gostaria de contribuir para que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias acontecesse, porque se formos encaminhar 166 Emendas, uma a uma, todas as Sessões da semana não seria tempo suficiente. Agora, eu estranho que alguém, tendo as suas Emendas para serem aprovadas, queira discutir.

Em primeiro lugar vamos colocar em votação o 1º Bloco são as Emendas que foram aprovadas pela CEFOR e destacadas pelos Srs. Vereadores. No 2º Bloco serão as Emendas que foram rejeitadas pelo Relator e destacadas. Apenas, é necessário que sejam excluídas as Emendas n.ºs 01, 13, 16, 22, 23, 24, 28, 32, 37, 41,42, 94, 96, 100, 107, 126, 138, 142, 145,180,182,183,184 192,193,194,195, 202, 204, 205, 208, 216, 218, 222 e 246, ao PLE n.º 020/03. Essas não foram destacadas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, queria fazer uma proposta à Mesa, no sentido de evitarmos qualquer mal-entendido: que nós votássemos agora, pela parte da manhã, apenas aquelas Emendas que foram aprovadas pela Comissão e que foram destacadas. Daí veríamos as prejudicialidades e depois, com tranqüilidade, faríamos as demais votações. Acho que isso é imperativo, Sr. Presidente, para que não venhamos a cometer nenhum equívoco. Sabemos que o Ver. Sebastião Melo não concorda com esse encaminhamento, respeitamos, mas o que queremos colocar, Sr. Presidente, é que em um primeiro momento, pela parte da manhã, apenas sejam apreciadas as emendas que foram aprovadas no relatório do Ver. Carlos Alberto Garcia e que foram destacadas. Depois verificamos as prejudicialidades que advirão dessa votação e façamos, com tranqüilidade, as demais votações.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, precisamos saber se elas poderão ser votadas em bloco.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, nós, com a mesma vontade que a sua, queremos contribuir com o debate. A proposta do Ver. Juarez Pinheiro não contribui, porque o Governo está suprimindo o direito de discutir essa matéria, ou tenta fazer isso. Agora é meio-dia. Vamos votar até as duas, três, quatro, cinco, mas vamos discutir a matéria. Por que esse medo de discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias? Por quê? Sexta-feira encerrou-se a Sessão, voltou agora e querem levar para a tarde, e quando chegar às 8h da noite vão dizer: “Agora não podemos votar.”

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O que estamos colocando em votação é se nós votaremos em bloco ou não.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Temos que tomar uma direção e não nos afastarmos dessa direção.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando a aprovação, em bloco, das Emendas destacadas e lidas pelo Ver. Reginaldo Pujol - PLE n.º 020/03. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, é preciso recolocar essa questão com muita clareza, porque senão vamos estar comprando pêra por laranja. A Lei de Diretrizes Orçamentárias entrou nesta Casa no dia 29 de maio. A Comissão de Economia e Finanças tem a maioria dos cinco membros do Governo. As Emendas, Srs. Vereadores, foram estabelecidas em um prazo interno pelo Ver. Aldacir Oliboni e seus pares dando um prazo de entrega até o dia 18 de julho. Estranha-me, ou não, porque estou aqui há dois anos, portanto posso dizer que conheço um pouco da rotina desta Casa, que se o Governo quisesse, Ver. Paulinho Ruben Berta, discutir seriamente, Ver. Nereu D’Avila, qualquer Emenda, o relator Ver. Carlos Alberto Garcia - que um dia é oposição nesta tribuna, mas é Governo todos os dias, de vez em quando ele faz oposição lá fora, mas parece que é Governo, tem cumprido um papel, um carnê. Foi lá e rejeitou in limine todas as Emendas. Aí, vem aquela velha máxima do liberalismo, de que a democracia é o império da lei. Parece que se essa Lei de Diretrizes Orçamentária não chegar às 6h, amanhã, vai cair sobre Porto Alegre um terremoto.

Quantas vezes o Congresso Nacional não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Brasil não é pior ou não é melhor! Mas isso é uma capitis diminutio!

Aí, Ver. Haroldo de Souza, na calada da noite, quando vai terminando o quórum, se reúnem meia dúzia e fazem o grande acordo a favor da Cidade. Eu quero denunciar que esse acordo não é a favor da Cidade! A favor da Cidade é discutir com profundidade a questão do Orçamento. Desculpem-me, mas esta Casa tem de parar com muitas homenagens, com muitos títulos e aprofundar-se naquilo que o povo espera dela! O povo espera de seus Vereadores que aprofundem e discutam o Orçamento da Prefeitura. Eu não vou usar a palavra fraude, mas ele é virtual, é mentiroso, não traduz a realidade; tem suplementações. E aí o que faz? A não ser que tenha alguém aqui que queira continuar com o discurso, diga: “Não; deixa assim para nós batermos de vez em quando”. Eu quero corrigir!

Eu não posso permitir que esse Governo suplemente 150 milhões e bote dinheiro onde quiser, e esta Casa diz amém! A Casa quer aglutinar para não discutir. Com certeza, à tarde, teremos algum nome de rua para discutir, portanto não vamos discutir o Orçamento. Eu não concordo com essa lógica! Denuncio essa prática, porque ela não contribui para firmar o Legislativo. Acho que o processo de negociação, Ver. Reginaldo Pujol, é do Parlamento, mas negociação com transparência; não na reta final!

Por que é que não me perguntaram, há 15 dias, há 30 dias, Ver. João Bosco Vaz, se eu tinha interesse em negociar alguma Emenda? As Emendas agora são boas e o Relator, há 10 dias, disse que elas não prestaram! Onde está a seriedade? Há 10 dias todas essas 90 Emendas que estão aí sendo aprovadas, foram rejeitadas pela base do Governo. E agora, num toque de mágica, o Governo diz que essas Emendas são boas!

Então, se estão aceitando 14 das emendas que eu apresentei, com certeza as 29 que eu apresentei são boas, porque as 29 não prestavam. Agora passaram a prestar? Então, nós queremos aqui, de forma muito respeitosa, dizer que respeitamos, e que esta Casa vai tomar a decisão pela sua maioria, e, portanto, nós vamos, evidentemente, acatar, porque isso é da regra do jogo, mas não vou me silenciar. Penso que esse não é o melhor acordo, porque, se quisessem fazer acordo, havia 10 dias, 15 dias, 20 dias, e a Liderança do Governo teria de vir discutir com o conjunto da oposição, e nós seríamos sensíveis, mas não podemos ser sensíveis, quando se esgotou todo o tempo para essa discussão na base do Plenário... agora vamos lá e vamos fazer o acordo. Então, nós não vamos caminhar nessa direção.

Queremos deixar aqui o registro do nosso Partido, achando que a Lei de Diretrizes Orçamentárias é um momento ímpar do Parlamento, porque ele introduz, logo na frente, a discussão do Orçamento, e quando eu estou falando em Orçamento, eu estou falando em vida, em saúde, em infra-estrutura para a Cidade, e isso é fundamental para a vida do Município. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CARLOS PESTANA (Requerimento): Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, eu gostaria de encaminhar aqui, de acordo com boa parte da oposição desta Casa, aquelas Emendas que serão rejeitadas em bloco, até para que a Diretoria Legislativa já possa ir examinando, para nós podermos adiantar o trabalho.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Evidentemente, depois da aprovação ou não do Requerimento que está em debate neste momento, mas pode ser encaminhado, sim, à Diretoria Legislativa.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Seriam as Emendas n.º 02, 14, 20, 67, 69, 73, 75, 77, 78, 81, 83, 108, 109, 110, 113, 114, 115, 116, 122, 123, 129, 130, 133, 135, 136, 137, 141, 143, 144, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 157, 159, 169, 170, 209, 210, 212, 213, 231, 232, 239, 245, 256, 257, 258 e 260. Essas são as Emendas que, caso o Plenário decida votar em bloco, nós estamos propondo a sua rejeição.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por favor, Vereador, encaminhe à Diretoria Legislativa.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu entendo que estamos discutindo o encaminhamento relativamente à votação em bloco, e não essa do Ver. Pestana.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, claro que não.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Agora, Sr. Presidente, eu quero, de pronto, requerer a V. Exa. que fundamentasse – se quiser, por escrito, não há problema nenhum – onde está esteado no Regimento, porque eu destaquei as Emendas. E ele está fazendo uma proposta de aglutinar e rejeitar em bloco, e isso não permite que este Vereador discuta as suas Emendas. Isso é suprimir o direito mais sagrado do Parlamento, que é o de expressar aquilo que o Parlamentar deseja, porque, das 40 Emendas que eu poderia encaminhar, está colocando em votação que eu vou poder encaminhar. A Bancada do PMDB vai encaminhar uma dita Emenda aglutinativa de um lado, e, de outro lado, a rejeição em bloco. Não, eu quero que V. Exa. me fundamente, porque, se necessário for, eu irei ao Judiciário para que eu possa garantir o meu direito de discutir aquilo que eu coloquei nas Emendas do Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ninguém está-lhe tirando o direito de discutir. Veja que V. Exa. está discutindo até na Questão de Ordem, que não é razão de discussão.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando aprovação em bloco das Emendas destacadas e lidas, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Presidente, prezados Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, volto à tribuna primeiramente para tentar explicar a metodologia utilizada para a questão feita do Relatório. A metodologia usada para análise seguiu os seguintes critérios para a aprovação – é importante prestar atenção nos critérios, porque depois eu vou elencar algumas situações peculiares: compatibilidade com a Lei Municipal n.º 8.748/01, ou seja o Plano Plurianual; Constituição Federal, Lei Federal n.º 4.320/64; Lei da Portaria n.º 560; Portaria n.º 42/99; Portaria Interministerial; Lei Orgânica de Porto Alegre e Lei Complementar Municipal de 1998; a precedência da apresentação da Emenda de conteúdo semelhante ou mais abrangente, conforme o registro na Secretaria, ou seja, a ordem das Emendas que foram apresentadas; respeito para com o envolvimento do Vereador no tema, ou seja, aquele Vereador que prioriza determinadas situações, também foi discutido isso; priorizar emendas populares, e foi apresentada uma Emenda Popular, e não foi aceita, e direi o porquê: mérito da proposição. Então, a questão da Emenda Popular: a Emenda Popular que foi apresentada foi da Região Leste da Cidade, no Jardim Carvalho, que pediu a construção de um ginásio de esportes. Ora, este Vereador, inclusive, é da área do esporte, profissional de Educação Física, mas não pode, como Relator, aceitar a indicação de construção de um ginásio de esportes, porque não está previsto no Plano Plurianual. Então, ninguém pode querer inventar algo ao longo desse período. Por isso que foi rejeitada; comunicamos, inclusive, à associação.

Há Vereadores que não conseguem entender, e aí eu gostaria de falar especificamente do Ver. Sebastião Melo, por exemplo, que no ano passado nos constrangeu e fez um embate muito grande, pois colocou uma Emenda, fazendo com que a Vila Cruzeiro, na sua totalidade, fosse desapropriada pelo Poder Público, e aí, através deste Relator, se aprovasse, todos os moradores da Vila Cruzeiro teriam as suas residências. Ora, nós temos que ser sérios; não estou dizendo que o Vereador não seja sério, mas nós temos que colocar as coisas de maneira clara, porque isso cria uma expectativa em milhares de pessoas que, se este Vereador aprovasse o Relatório, todos os moradores da Vila Cruzeiro receberiam as suas casas. Ora, nós gostaríamos de dar residências para toda a Vila Cruzeiro, e não só a ela, como às demais da Grande Porto Alegre, mas não é possível. Então, nós temos que ter a seriedade disso, até porque o Orçamento de Porto Alegre é de um bilhão e 800 milhões de reais. Agora, quando nós tentamos compor alguma coisa, e eu aceitei 62 Emendas dentro daqueles critérios, foi feita uma proposição para ver o que pode ser negociado ou não.

Na realidade, nós temos 33 Vereadores; todos têm autonomia para fazer a sua discussão, e é um direito legítimo encaminhar, discutir, mas, ao mesmo tempo, também é um direito legítimo saber propor um entendimento, porque no processo democrático, quando a maioria quer, eu posso espernear, mas eu vou me submeter a isso. É em cima disso que nós estamos fazendo essa discussão, nesta manhã, mas parece que não é esse o entendimento, parece que existe apenas um Vereador, o soldadinho-de-passo-certo, e todos os demais estão errados. Não é isso. Nós entendemos que, mesmo aquele Vereador tem o direito de discutir, mas vamos tentar ponderar e ver de que forma. Um caso é sui generis: as suas Emendas propostas para serem aprovadas não quero discutir. Então, a discussão pela discussão não leva a nada. Nós temos de, na realidade, é sermos objetivos, pontuais, mas, ao mesmo tempo, termos a responsabilidade de, quando colocarmos as nossas Emendas, vermos se elas realmente condizem com a realidade, porque, senão, é o mesmo que colocar que todos os moradores da Vila Cruzeiro terão as suas habitações. Sabemos que isso é irrisório, não é a realidade. Não podemos, como Parlamentares, criar expectativas falsas na população. Queremos, sim, a seriedade e a discussão nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando a aprovação em bloco das Emendas lidas e destacadas, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente. Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, querido amigo Ver. Sebastião Melo, V. Exa. tem razão, em parte, no que argumenta desta tribuna com veemência, com força. Agora, V. Exa. perde a razão e também a oportunidade de se consagrar como excelente Parlamentar que é – reconhecemos isso – quando se vira contra este Parlamento, dizendo que aqui só aprovamos ruas, títulos e homenagens.

Na realidade, isso faz parte do Parlamento; os parlamentos do mundo todo fazem isso. V. Exa. perde a razão, quando diz que há acordos nesta Casa – claro que há. Em todo Parlamento, em toda a democracia há acordos. Acho que V. Exa. está no direito de encaminhar as suas proposições, mas se há um consenso na Casa de que vamos aprovar 14 ou 15 emendas, V. Exa. poderia abrir mão de encaminhá-las para ganharmos tempo, e encaminhar as outras que estarão em discussão.

Então, Ver. Sebastião Melo, vim para hipotecar a minha solidariedade a V. Exa., mas, ao mesmo tempo, fazer esse jogo para mostrar que há essa possibilidade de se fazer um acerto e se avançar. Afinal de contas, vou repetir, há acertos, há acordos; a democracia se presta e se propõe a isso. Entendo que o Ver. Carlos Alberto Garcia fez um trabalho conversando com as Vereadoras e Vereadores que apresentaram Emendas; soube que o Ver. Sebastião Melo esteve presente na reunião da CEFOR, na qual não pude comparecer. Então, temos de agilizar esse trabalho proposto pelos Vereadores Pedro Américo Leal e Nereu D’Avila, para que possamos avançar. Agora, o Ver. Sebastião Melo tem razão, mais uma vez, quando diz que “se não aprovarmos a LDO, nada mudará em Porto Alegre”, pois o Congresso Nacional também não aprovou o Orçamento e o Brasil não parou, vivendo com o Orçamento do ano anterior. Então, parece que a LDO em Porto Alegre é uma sangria desatada, e é uma loucura, uma preocupação. Vamos aprovar o que precisa ser aprovado, dentro do consenso, dos acordos, e vamos discutir o que é preciso, com o Ver. Sebastião Melo tendo a oportunidade de discutir como ele entende. Afinal de contas é uma matéria que apresentou e quer defender. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa recebe o Requerimento do Ver. Sebastião Melo: (Lê.) “Tendo em vista o risco de ferimento das prerrogativas do mandato, contido no Requerimento apresentado pelo Ver. Reginaldo Pujol, que cerceia a discussão dos destaques à Lei de Diretrizes Orçamentárias, requeiro que seja ouvida a manifestação da Procuradoria-Geral da Casa. Sala das Sessões, 11 de agosto de 2003”. A Mesa encaminha à Procuradoria.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando aprovação em bloco das Emendas destacadas e lidas, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Vou reafirmar algo que já disse na Sessão de hoje: a Lei de Diretrizes Orçamentárias é uma das mais importantes leis que nós votamos neste Parlamento, porque ela estabelece as diretrizes para a votação do orçamento, que é o Projeto mais importante de todos os anos. Então, é claro, nós temos de tomar todos os cuidados na votação deste Projeto.

O que as Lideranças fizeram, com exceção da Liderança do PMDB, acredito que seja extremamente legítimo dentro de qualquer Parlamento, que é o processo de negociação para que nós possamos estabelecer uma forma mais eficaz para votação de um projeto. Mas também não está errada a Liderança do PMDB nas suas manifestações. Quem ouve o Ver. Sebastião Melo tem a impressão de que ele está repetindo erros cometidos pelo PT no passado, mas não é assim. O PT, no passado, era radical, era sectário; o PT, no passado, era contra este Parlamento e, enquanto oposição, sempre tentou prejudicar o restante da sociedade; não é o que faz o Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo apresentou 41 Emendas, com 39 Destaques. O Vereador procurou repetir alguma coisa que ele tem feito todos os anos e que eu penso que é extremamente eficaz – tenho votado com o Ver. Sebastião Melo nas Emendas que ele apresenta com relação ao Orçamento -, ele procura dar para esta Casa mecanismos para que ela possa fiscalizar, de cima, a execução orçamentária. Eu penso que essa é uma obrigação nossa.

O que faz a Bancada do PT todos os anos? A Bancada do PT todos os anos tenta fazer com que esta Casa não tenha esses mecanismos, porque, para a Bancada do PT, é extremamente bom que nós, enquanto Legislativo, não tenhamos, nas nossas mãos, os instrumentos para fiscalizar e fazer as cobranças. Então, nisso, o Ver. Sebastião Melo está absolutamente correto. Ele não está atuando como o PT no passado, que prejudicava a população e que comprovou isso agora, quando tentou atropelar todo mundo na votação da Reforma da Previdência, em que ele era totalmente contra lá no Congresso Nacional. Aqui já aconteceu também muitas vezes assim.

No que eu não vejo razão é para que o Ver. Sebastião Melo se insurja contra aquelas Emendas que já estão aprovadas de acordo com aquilo que resolveram as Lideranças. Essas Emendas que estão aprovadas, afinal de contas, só vão beneficiar as ações futuras desta Casa com relação à votação do Orçamento. O que nós temos de discutir, Ver. Sebastião Melo, e acho que V. Exa. está absolutamente correto nisso, são aquelas suas Emendas que não estão no conjunto das aprovadas. Quanto a essas Emendas, V. Exa. tem de, realmente, se insurgir contra qualquer tipo de acordo que as tenha colocado no bloco das reprovadas. Nisso eu concordo com V. Exa. Eu acho que V. Exa., no meu modo de entender, erra no momento em que se insurge contra as aprovadas. V. Exa. está beneficiando - eu acho - o conjunto da sociedade com as Emendas que coloca. Agora, concordo com V. Exa. que as suas Emendas, já que V. Exa. quer que sejam votadas uma a uma, não podem constar naquele bloco de Emendas reprovadas para serem votadas. Eu acho que V. Exa. tem razão de exigir que as suas Emendas sejam votadas uma a uma, aquelas que não estão no bloco das aprovadas. Mas o que está no bloco das aprovadas já foi! Eu acho que - tem dez, onze, eu não sei, é mais ou menos esse número de Emendas que V. Exa. colocou lá no bloco das aprovadas -, essas fiquem por lá, que possamos aprová-las! E as outras, vamos discuti-las uma a uma, porque, afinal de contas, são mais vinte Emendas. Eu acho que nós temos tempo mais do que suficiente no dia de hoje para chegarmos até o final e deliberarmos o que é bom e o que é ruim para esta Cidade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, uma Questão de Ordem até para reforçar o que disse o Ver. Luiz Braz.

Ver. Luiz Braz, eu vou concordar com V. Exa. As 14 Emendas deste Vereador, se eu as subtrair das 39, sobram 25 Emendas. Mas o Parlamento não pode sonegar o debate dessas 25 Emendas! E a proposta encaminhada pelo Ver. Carlos Pestana tira o direito de eu discutir as minhas Emendas, porque ele aglutina a rejeição. Portanto, eu não vou poder discutir, pois vou ter de discutir Emendas, por exemplo, que falam de suplementação, em cinco minutos, para as 25 Emendas!

Então, o apelo que faço é o seguinte: primeiro, nós estamos em processo de votação, estamos votando o processo das Emendas que são favoráveis; não está em votação ainda o processo – a Mesa precisa esclarecer isso; o Presidente João Antonio Dib já manifestou, mas S. Exa. tinha outro entendimento - porque é um outro Requerimento, que precisa ser apreciado e encaminhado.

Agora, eu quero deixar muito claro: o que estão fazendo é suprimir o debate de quem passou noites e noites estudando o Orçamento, de quem varou madrugadas adentro para contribuir com este debate e, agora, o Parlamento não quer que eu possa produzir esse debate!

Então, esse é o apelo que eu faço aos meus colegas da Mesa. Está bem, vamos aprovar as 14 Emendas e encaminhar isso, mas me dêem o direito de discutir as outras Emendas que foram colocadas no bloco das rejeitadas pelo Relator da CEFOR.

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): Ver. Sebastião Melo, a Mesa acolheu a sua Questão de Ordem, e nós estamos buscando junto à Diretora Legislativa qual o melhor posicionamento para que se possa dar um entendimento a respeito disso. Eu tenho um outro entendimento, mas já pedi informações à assessoria da Diretoria Legislativa; ainda não temos manifestação da Mesa.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria, solicitando aprovação em bloco das Emendas destacadas e lidas, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu faço questão de ressaltar alguns aspectos dessa discussão, porque entendo que a opinião pública, as pessoas que assistem a este debate podem não estar entendendo, eventualmente, o que está acontecendo. Fala-se muito: “Olha, foi feita negociação”, exige-se transparência sobre as coisas que estão ocorrendo no dia de hoje, o que para mim não é nenhuma novidade. Politicamente, nós temos de ser transparentes em absolutamente tudo. Eu, por delegação do Ver. Sebastião Melo no início dos trabalhos, mantive conversações com várias Bancadas da Casa. Não procurei a Liderança do PMDB, porque essa tinha expressamente declarado, na quinta-feira, que não queria negociar absolutamente nada, e eu, evidentemente, respeitei essa posição, mas quero deixar bem claro que nada do que está sendo feito aqui, Ver. Nereu D’Avila, deixa de ser transparente, é escancarado, inclusive. As conversas são realizadas no Plenário, à vista de todos, participando das conversações quem quis participar, e foram conversações positivas, porque nós estamos trabalhando em cima de algumas colocações que, com todo o respeito de quem as fez, eu considero equivocadas. Dizem que nós tivemos 90 dias para negociar essa situação, e que agora, na reta final, estamos negociando. Ledo engano! A necessidade de se discutir esse assunto, essa posição, essa aprovação ou reprovação de Emenda só surgiu no dia 05 de agosto, há uma semana, por conseguinte, quando se conheceu o Relatório do Ver. Carlos Alberto Garcia, que recomendava que inúmeras Emendas apresentadas ao Projeto não fossem acolhidas. Só naquela ocasião, há uma semana, surgiu a necessidade desse tipo de discussão. É o que se está fazendo. Começou-se a discutir na quarta-feira, portanto 72 horas depois de o Relatório ser apresentado, e aí prosperaram várias situações, entre as quais a possibilidade concreta, real, de serem aprovadas, sem discussão - era o nosso intento -, 90 Emendas apresentadas, na sua totalidade, por Vereadores que não integram a base do Governo da Casa. São Vereadores do PMDB, do PFL, do PDT, do PTB, são Vereadores que tiveram rejeitadas as suas Emendas pela Comissão e, na negociação, foi demonstrado que eram Emendas boas e que não havia razão de serem votadas e discutidas uma a uma, e sim que mereciam ser aprovadas e já. Como eu acredito que os Vereadores devam raciocinar, na sua grande maioria, semelhantemente ao meu raciocínio, eu apresento Emendas aos Projetos para serem aprovadas. Se for preciso discutir para elas serem aprovadas, eu vou discutir. Agora, se me garantem de antemão a possibilidade da aprovação, eu não vou ser incoerente, incongruente e, sobretudo, inconseqüente, porque eu apresento as minhas propostas e tenho o objetivo de prosperar. Como é que prospera uma proposição legislativa? Com a sua aprovação! Se eu tenho garantia dessa aprovação, o que é que eu quero discutir? A discussão pela discussão? Esse é o meu raciocínio. Tudo o que aqui foi feito, não se diga... Falou-se muito, a opinião pública pode ficar achando que tem alguma coisa escondida... Não. Tudo aqui, senhores e senhoras, foi feito com a máxima transparência, ninguém fez acordo escondido em qualquer recanto de Porto Alegre. Não. As composições ocorreram aqui no plenário da Câmara Municipal, que é o lugar onde deve haver acordo e desacordo. Nós, pessoalmente, estamos comprometidos com a idéia de aprovar essas cerca de 90 Emendas que foram “consensuadas”. Nós vamos continuar discutindo aquelas que não foram “consensuadas”. Há algumas que nós entendemos – consenso, que me parece que é da maioria da Casa - que devam ser rejeitadas. Ora, entre as que devem ser rejeitadas, porque temos que ceder, há emendas de minha autoria em que eu não logrei êxito na negociação, e vou ter de declinar delas. Por quê? Porque nem tudo que pode ocorrer em uma Casa congressual, em um sodalício, em um coletivo pode ocorrer absolutamente de conformidade com a vontade de cada um, isoladamente. Então aqui não pode ser uma Casa em que um conjunto pensa de um jeito, um, dois ou três pensam diferente e a minoria vai se impor para a maioria - é democrático, sim, a maioria ter respeitado o seu ponto-de-vista, discutir -, conseqüentemente não é democrático, é um processo da enrolação, e eu não estou aqui para enrolar ninguém.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando aprovação em bloco das Emendas destacadas e lidas, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, esta Casa, nos últimos 10 dias, vem discutindo, vem construindo a possibilidade de nós votarmos esta matéria com os destaques necessários, mas com um acordo em bloco. O centro, o objeto desse acordo é nós “consensuarmos” em um conjunto de propostas de emendas aprovadas em bloco, contrapondo um conjunto de emendas rejeitadas em bloco. Esse é o conteúdo de um processo de negociação de discussão de 10 dias. Quase que a maioria absoluta dos Vereadores desta Casa está incluída nesse processo de negociação que viabiliza um conjunto de emendas tanto no texto como nos anexos, tratando de políticas, tratando de iniciativas, de mandatos que estão ligados à área de esporte, de saúde. Portanto, o resultado do que nós estamos chamando de acordo de bloco viabiliza um texto sobre o qual está dialogando a ampla maioria dos Vereadores. Há um discurso que tange àquela imagem simbólica de que a democracia está sendo ferida, porque um indivíduo está sendo prejudicado. A democracia coletiva deste Parlamento está viabilizando um acordo. Nessa democracia coletiva, o indivíduo está sendo chamado ao debate. O Ver. Sebastião Melo tem, no acordo de bloco, Emendas aprovadas no bloco das aprovadas, e como os outros Vereadores – isso eu quero destacar: não há um processo de exclusão, de exceção do Vereador -, no outro bloco das rejeitadas pelo Relator da CEFOR, também tem Emendas rejeitadas. A questão toda colocada pela nossa Bancada e pelas Bancadas que foram coordenadoras, dirigentes desse processo, é que nós não podemos aqui criar democracia onde o indivíduo, a partir da sua vontade, supere a vontade do coletivo. O conjunto das Bancadas aqui, fora uma Bancada, chega a um acerto, que é aprovar, em bloco, um conjunto e rejeitar em bloco, um outro conjunto. Em detrimento disso, quase que a totalidade dos mandatos saem de forma positiva desse processo.

Buenas, nós destacamos um terceiro bloco, Ver. Juarez Pinheiro, para garantir ainda mais a democracia desta Casa, Ver. Nereu D’Avila, que é o de Emendas em relação às quais não se chegou a acordo. Dentro dessas Emendas, vai haver destaque individual, vai haver debate individual, preservando que no mérito essas Emendas tem disputa, tem conceitos, tem questões ideológicas colocadas por trás. Buenas, nós preservamos também em um terceiro bloco essas questões, para sinalizar a todas Bancadas, novamente, que a intenção de todos aqueles Vereadores que coordenaram esse processo foi de não fechar o processo de debate: foi abrir o processo de debate, garantir a inclusão de todos no processo de debate.

Portanto, há a atitude isolada de um Vereador que joga a sociedade contra o Parlamento, dizendo: vocês estão interessados em um monte de picuinhas, mas não interessados na peça central da municipalidade, que é votar a Diretriz Orçamentária do Município. Ela não se resolve na prática. O exemplo que nós estamos dando é o contrário disso: estamos aprovando, democraticamente, coletivamente, em bloco, em conjunto, por acordo, e rejeitando um outro conjunto, e ainda deixando - friso ao Ver. Sebastião Melo - em um terceiro bloco um conjunto de Emendas com relação às quais não se chegou a consenso nenhum aqui dentro. Portanto, o processo que foi feito nesses 10 dias garantiu a democracia e dialogou com a quase maioria absoluta dos mandatos desta Casa, que tiveram os seus assuntos na área educacional, na área de saúde, atendidos. Portanto, nós achamos que a votação agora, nesse primeiro momento, das aprovadas em bloco, está, sim, condicionada à votação durante a tarde, em bloco, das Emendas rejeitadas. Isso viabiliza o espaço democrático e a construção democrática desta Casa. E depois votaremos, num terceiro bloco, aquelas Emendas em relação às quais, de fato, não chegamos a acordo. Esse é o caminho para se preservar o processo democrático e a maioria que este Plenário necessita para funcionar.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação... (Pausa.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Nós estamos em processo de votação apenas da questão aglutinativa, é isso? Não das rejeições?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Sebastião Melo, V. Exa. que acompanha com tanto interesse a Sessão, sabe que nós estamos votando o Requerimento que solicita a aprovação das Emendas em bloco. Já que V. Exa. está ao microfone, a Procuradoria informa-me que a colocação do Plenário é absolutamente legal, conforme o art. 94, 3º, letra “b”, e o art. 179.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: V. Exa. havia dado uma orientação dizendo que nós estamos em processo de votação, porque foi feito um Requerimento pelo Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Exato.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: E nós o estamos votando. E, depois, no meio da discussão, o Ver. Carlos Pestana tentou adendar o Requerimento, mas o Requerimento original não é esse.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O que o Ver. Carlos Pestana leu, eu pedi que ele encaminhasse à Diretoria Legislativa, porque a forma de fazer não está em discussão, não está em votação.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, estamos votando só o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol. E o resto a Mesa vai decidir com a Diretoria Legislativa. Não existe nenhum problema, V. Exa. não será prejudicado.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando aprovação em bloco das Emendas destacadas e lidas, ao PLE n.º 020/03. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com voto contrário do Ver. Sebastião Melo.

São 12h51min, e nós teremos uma Sessão Ordinária às 14h, na qual haverá uma Tribuna Popular para os estudantes, e há um Requerimento de destinação do Grande Expediente para também homenagear estudantes. Preciso suspender esta Sessão Extraordinária, para que nós, às 14h, possamos iniciar a outra etapa. Após essa etapa, a Mesa vai encerrar a Sessão e convocará extraordinariamente a Casa novamente para dar seqüência à votação.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Presidente João Dib, eu gostaria de fazer um outro encaminhamento no sentido de a gente poder garantir, de fato, a aprovação do conjunto da nossa LDO. Já que existe um acordo entre a Bancada, digamos, do Governo e de boa parte da oposição sobre os blocos a serem aprovados e os blocos a serem rejeitados. Eu ia sugerir que se votassem, antes da suspensão dos trabalhos, esses dois blocos e que se deixassem aquelas situações em que, efetivamente, não houve acordo para o período da tarde. Então, eu gostaria de consultar a Presidência e o conjunto do Plenário sobre esta possibilidade

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Presidência está à disposição, não tem problema nenhum. Depende do Plenário. Se o Plenário entender que deva ser feito assim, será feito.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: É que o Ver. Carlos Pestana está partindo de uma premissa, na minha avaliação, equivocada. Não está em discussão o Requerimento de V. Exa. Nós vamos votar agora as Emendas que serão em tese aprovadas porque é um acordo. V. Exa. fez um outro Requerimento para a rejeição das Emendas. A Mesa Diretora não se manifestou sobre este, não?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, foi clara a posição. O que está acordado é que ele gostaria que fosse votado agora, e se o Plenário entender assim, vai acontecer. O que não está acordado, evidentemente, não pode. Mas há uma necessidade de a Diretoria Legislativa poder examinar.

Senhores Vereadores, as Lideranças acertam, por sua maioria, que nós vamos votar, no Bloco 1, as Emendas que foram aprovadas pela CEFOR e destacadas pelos Srs. Vereadores.

Em votação as Emendas que constituem o Bloco 1, apostas ao PLE n.º 020/03, que são as seguintes: Emendas n.ºs 03, 05, 06, 07, 12, 34, 35, 36, 65, 70, 79, 97, 124, 140, 158, 160, 161, 164, 165, 166, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 181, 185, 186, 190, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 203, 207, 214, 215, 217, 219, 220, 224, 226, 241, 250, 253 e 254. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas que compõem o Bloco 1, apostas ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu preciso aqui, de forma muito fraterna, porque todos aqui me conhecem e sabem que eu sou duro no embate, mas eu não entro em pessoalidade, não contem comigo para isso. Então, portanto, o meu embate é político. Eu queria fazer um apelo ao Ver. Reginaldo Pujol, que eu prezo e gosto muito, porque ele insinuou que há Vereadores que estão querendo enrolação, então queria que ele clareasse isso; porque o Ver. Reginaldo Pujol, a quem nós respeitamos, é um grande “acordista” com o PT nesta Casa, historicamente. Então ele, talvez, esteja um pouco irritado, porque está vindo a público tudo aquilo que ele fez ao longo do tempo aqui nesta Casa. Então nós queríamos, preliminarmente, fazer esse registro para nivelarmos este debate aqui. Estamos fazendo a preliminar para nós estabelecermos... Eu quero fazer um debate político, meu querido Ver. Reginaldo Pujol, porque nas Emendas que apresentei - vou citar uma - eu acho que não está correto, Ver. João Bosco Vaz, por exemplo, eu permitir que a Prefeitura faça suplementação de verba tirando dinheiro de determinada obra e colocando em outra obra. Eu sempre defendi, desde o primeiro dia de meu mandato, Ver. Nereu D’Avila, que a suplementação tem de ser rubrica por rubrica, porque isso vai fazer com que se respeite a decisão de quem? Do Orçamento Participativo, das assembléias, da Lei Orçamentária. Então nós estamos falando de coisas que repercutem muito, Ver. Pedro Américo Leal, porque uma coisa é eu permitir que 150 milhões, e eu tenho aqui, dos últimos 5 anos, todos os dados estão aqui, a Prefeitura suplementa 160, Ver. Luiz Braz, 170, 180 milhões de reais por ano, colocando dinheiro aonde quer. E isso que estão querendo fazer, Ver. Luiz Braz; é sonegar esse debate. Porque o Ver. Carlos Pestana... Eu apresentei 41 Emendas. O Ver. Carlos Alberto Garcia, que em uma parte é oposição e uma parte é Governo nesta Casa, acolheu duas Emendas, quando ele dá entrevista no jornal ele é oposição, mas quando ele vota é com o Governo e, agora, no acordo, em que não teve a minha procuração, está acolhendo 14 Emendas minhas. Sobram, então, quantas Ver. Luiz Braz? Vinte e cinco. Se a assessoria não estiver equivocada, porque nós não dispomos ainda dos dados oficiais, das 25, o Ver. Carlos Pestana quer suprimir o meu direito de discutir 20 Emendas; e sobrariam 05 Emendas para eu discutir, Ver. Luiz Braz. Quer dizer, das 25 Emendas que eu coloquei, eu vou receber a benevolência desta Casa, Ver. Haroldo de Souza, de dizerem: o senhor tem o direito de discutir cinco, mas as vinte... E as cinco são as mais periféricas. Eles não querem enfrentar porque suplementam aqui, porque não suplementam lá, a verba da publicidade. Quer dizer, a Bancada Governista, eu acho que vocês estão fazendo o papel dos senhores, eu acho que vocês são craques, têm de receber o meu aplauso. Mas o que eu não posso concordar com isso. Eu faço um apelo aos meus amigos da oposição para não aceitarem esse jogo. Eu acho que aí é que não está correto; nós não produzirmos o debate político e mostrarmos à população, e a população é que vai decidir se as Emendas serão aprovadas ou se não serão aprovadas; agora, a população tem de saber. Então, o apelo que eu faço é aos meus companheiros da oposição. Os senhores estão no caminho certo, os senhores fazem o jogo correto, os senhores são muito competentes. Agora, eu quero discutir, sim, a questão das crianças de rua, porque há uma Emenda nossa que fala disso, eu quero discutir, sim, a questão da reserva de contingência, Ver. Dib, eu quero discutir a suplementação, porque é um festival de suplementação, que o Fernando Henrique deveria fazer escola com a Administração do PT em matéria de suplementação, tinha de fazer escola! Porque os homens são craques; eles suplementam. Há vezes em que eles publicam dois Decretos-lei por dia, suplementando verbas. E a colenda, aqui, fica aqui. E a colenda: tudo legal e regimental. Então, nós queremos discutir isso, Ver. João Bosco. Sonegar esse debate... Eu diria que eu posso não concordar absolutamente com uma vírgula de tudo o que o meu Governo Municipal fala, mas não lhe negarei o direito de vir a esta tribuna e dizer, em alto e bom som, Ver. Juarez Pinheiro, aquilo que V. Exa. pensa. Agora, dêem o direito a mim, democraticamente. E V. Exa. é um democrata, V. Exa. foi forjado na luta popular, V. Exa. foi forjado nos movimentos populares e V. Exa., agora, está fazendo parte de um acordo para sonegar o debate nesta Casa. Eu não creio que esta Casa entrará bem para história, desta forma. Porque dizem muito bem aqueles sociólogos que entendem que a democracia deve ser um conflito permanente e eu me somo nisso. Não é esse o império liberal da lei, e é nesse conflito que ganha a sociedade. Nós não estamos aqui para disputar beleza, para disputar pessoalidade, mas nós estamos aqui para disputar idéias. E eu acho que o Orçamento, como está aí, tem sido um Orçamento sem transparência, uma “caixa-preta” e que não atende àquilo que é o discurso da Prefeitura. Por essa razão, nós nos insurgimos contra e queremos, aqui, discuti-lo. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação as Emendas do Bloco 1, apostas ao PLE n.º 020/03. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. APROVADAS, com os votos contrários dos Vereadores Haroldo de Souza e Sebastião Melo.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, solicito renovação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Isaac Ainhorn, V.Exa. não pode fazer essa solicitação. V. Exa. pode solicitar verificação de votação. A Mesa defere.

Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando verificação de votação das Emendas do Bloco 1, apostas do PLE n.º 20/03 (Pausa.) Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADAS as Emendas por 22 votos SIM e 03 votos NÃO. As Emendas que já haviam sido aprovadas pelo Relator e agora são novamente aprovadas pelo Plenário.

Em votação as Emendas do Bloco 2, apostas ao PLE n.º 020/03, que são as seguintes: Emendas n.ºs 04, 08, 09, 10, 19, 33, 66, 68, 71, 72, 74, 80, 82, 84, 85, 111, 112, 117, 118, 119, 120, 121, 125, 127, 128, 131, 132, 134, 156, 162, 163, 167, 171, 187, 188, 189, 211, 235, 240, 242, 243, 244, 247, 248, 249, 251, 252, 255 e 259. (Pausa.) Essas são as Emendas que haviam sido rejeitadas pelo Relator.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tenho a certeza de que na leitura das Emendas, que são muitas, V. Exa. deve ter passado por algumas delas sem citá-las. Eu por exemplo, não ouvi V. Exa. citar as Emendas números: 94, 96, 100, 138, 142 e 145.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Essas Emendas não foram destacadas.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Elas não estavam destacadas antes? É porque elas ficaram aqui neste rol das Emendas aprovadas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu já havia alertado anteriormente para o fato de que elas não estavam destacadas.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco 2, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós, nesta manhã de segunda-feira, estamos dando continuidade àquilo que começou na sexta, ou seja, o processo de votação. O Processo da Lei de Diretrizes remete-nos ao Orçamento do município de Porto Alegre. É preciso dizer aqui, em alto e bom som, Ver. Isaac Ainhorn, que o Orçamento da Prefeitura é uma peça de ficção e, além disso, é uma caixa-preta.

Vejo aqui o Secretário André Passos que esteve nesta Casa e assumiu um compromisso público, no final do ano de 2001, dizendo que iria colocar a senha à disposição dos Vereadores para acompanhar a execução orçamentária. Estamos, agora, marchando para o final do ano de 2003, Ver. Haroldo de Souza, e as senhas não chegaram. Agora, quando o Tribunal de Justiça marcou o julgamento para o dia 27 deste mês, vem o Prefeito, sorridente, fazer uma solenidade, mostrando uma página da Internet, dizendo que vai disponibilizar aquilo que, na nossa avaliação, deveria haver nos telecentros, em todas as regiões de Porto Alegre, para que o cidadão não fosse empulhado, como tem sido, porque a prestação de contas da Frente Popular ocorre com cantores até nacionais, alguns gaúchos, havendo muita música, muito chimarrão, mas, na verdade, a população de Porto Alegre não tem acesso à execução orçamentária.

Este Orçamento, Ver. Beto Moesch, não corresponde, não traduz o discurso da Frente Popular. Veja que agora os operários da Cidade tiveram seus lanches cortados, Ver. Pedro Américo Leal, mas a verba da publicidade, não; os Cargos de Confiança, não; a Direção do DMAE que gasta, astronomicamente, não. Eu estou falando disso, não estou falando de uma coisa de enrolação hipotética. Ao definir a Lei de Diretrizes Orçamentárias, estou definindo caminhos. Se quero mais habitação, não basta o discurso, eu tenho que ter recursos, porque o administrador traduz o discurso na prática, quando coloca no Orçamento.

Então, o Orçamento de Porto Alegre tem sido conduzido de forma imperial pela Secretaria de Planejamento do Município, pelo Gabinete de Planejamento. Eu diria que é uma matéria complexa, Ver. Beto Moesch, e se os gabinetes não se estruturarem um pouquinho, não vão acessar corretamente e não vão acompanhar. É uma matéria muito técnica! Agora, não basta votar um orçamento, é preciso saber se aquilo que se votou, você está traduzindo, no outro ano, em efetivo de obras.

Lembro V. Exa., Ver. Ervino Besson, de que aqui, no ano passado, estiveram mais de 200 brigadianos do Corpo de Bombeiros, quando entrou, ato contínuo, depois da tropa, o Comandante da época, dizendo: “Estou aqui em nome do Governador Olívio Dutra para dizer que negociamos com a Prefeitura e pedimos que os Vereadores votassem contra essa Emenda”. Sabe o que aconteceu, Ver. João Dib? Passaram-se os dois anos, e não foi um centavo para lanche, não foi um centavo para o caminhão de bombeiros, não foi um centavo para nada.

Então, como é que vou fazer acordo com quem não cumpre? Como é que vou fazer acordo da Lei da Senha, se há três meses estava aqui o Secretário veio, pediu aparte e disse: “Estou falando em nome do Governo”. Então, por favor, convide-me para outra questão, mas não me convide para esse tipo de procedimento, Ver. Ervino Besson, não conte comigo para isso, porque penso que, quando o Governo quer negociar, verdadeiramente, aproveita inclusive bons Projetos da oposição, porque não é só a situação que tem bons Projetos. Mas aqui vemos que, quando é do Governo, tudo é bom; quando é da oposição, nada presta. E aí quando é periferia... Na verdade as Emendas que são acordadas, são Emendas de metas; agora, eu quero mexer no cerne do Orçamento, Ver. Haroldo de Souza, eu quero mexer na suplementação, eu quero ver, porque, por exemplo, a Prefeitura diz que vai fazer um calçamento lá no Lami, e acaba fazendo no Sarandi. E isso o Orçamento não nos permite! As obras do Orçamento Participativo estão atrasadas em dois, três anos, e nós somos fiscais da população, que nos cobra isso. A Saúde está na UTI, aqui em Porto Alegre, Ver. Ervino Besson! E isso se traduz, agora, quando há o Orçamento. O Governo neoliberal, “recauchutado”, do Sr. Luiz ”Fernando” Lula da Silva, diminuiu 40% da verba do SUS nos primeiros seis meses do ano. É disso que estamos falando. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco 2, ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, primeiro que fique claro o que estamos votando neste exato momento. Nós estamos votando cerca de 90 Emendas de Parlamentares, todos eles integrantes do bloco de oposição aqui da Casa, Emendas que o Relatório do Ver. Carlos Alberto Garcia havia rejeitado. Nós conversamos durante longo tempo e chegamos à conclusão de que nós tínhamos que lutar pela aprovação dessas Emendas, que pertencem a Vereadores de todas as Bancadas da oposição na Casa. Então, esse grande acordo, entre aspas, sobre o qual alguns podem ficar perplexos, entendendo que nós estamos sendo linha auxiliar do Partido dos Trabalhadores, neste momento, transforma, se assim nós quisermos colocar, a situação em posição de apoiamento a propostas da oposição. Eu lutei para que isso acontecesse, eu busquei que isso acontecesse, e tenho muito orgulho de assim proceder sempre nesta Casa. Se alguém me entende mal, eu dou respeito. Agora, se eu, para continuar agindo de acordo com os meus princípios, com a minha postura liberal - e o liberal não pode ser só no discurso, tem que ser na prática também -, se isso é equívoco, não posso mais fazer vida parlamentar, porque eu só sei fazer vida parlamentar assim: conversando, acertando, dialogando. Os meus eleitores sabem que eu ajo assim. Eu não sou oposição por oposição, não; não sou. Quero saudar, inclusive, a oposição, que nos dá voto neste momento para que nós possamos apoiar e aprovar 90 Emendas dos nossos companheiros da oposição. Não vejo nada de mal na situação. A situação também tem que se moldar à realidade da Casa, que é, sim, graças a Deus, uma realidade de negociação. Aqui se busca o entendimento, até com os nossos adversários políticos, principalmente com eles. Se eu não me puder entender com aqueles que se opõem a mim, com quem vou me entender? Sou um homem que busca o entendimento e saúdo que o nosso esforço coletivo do Ver. Cláudio Sebenelo, que coordena as oposições; do Ver. Nereu D’Avila; do Ver. Wilton Araújo, que não se encontra mais aqui; do Ver. Beto Moesch; do Ver. João Carlos Nedel; do Ver. Pedro Américo Leal, nosso guru e nosso guia, tenha, Ver. Luiz Braz, resultado positivo. Hosanas! Salve! Viva! Predominou o consenso e a inteligência!

Isto é algo que eu percebo na vida: no dia em que eu não puder mais conversar e me entender com as pessoas, eu não tenho mais o que fazer nesta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, as Emendas do Bloco 2, apostas ao PLE n.º 020/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADAS por 23 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana, solicitando a votação em bloco das Emendas, apostas ao PLE n.º 020/03, de números: 02, 14, 20, 67, 69, 73, 75, 77, 78, 81, 83, 108, 109, 110, 113, 114, 115, 116, 122, 123, 129, 130, 133, 135, 136, 137, 141, 143, 144, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 157, 159, 169, 170, 209, 210, 212, 213, 231, 232, 239, 245, 256, 257, 258 e 260. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana, solicitando votação em bloco das Emendas já lidas, apostas ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há alguns minutos se aprovou aqui o emendão do acordo da base do Governo com setores da oposição. Agora, Presidente Dib, o Ver. Carlos Pestana faz um Requerimento - e é esse o Requerimento que estamos encaminhando -, querendo aglutinar quase uma centena de emendas para que sejam rejeitadas em bloco, Ver. Luiz Braz. Quer dizer que este Requerimento, se for aprovado, prejudica a discussão das nossas emendas. Se este Requerimento – e é evidente que o Ver. Juarez Pinheiro vai dizer: “Não, o senhor está partindo do pressuposto...” Mas é evidente que há acordo nesta Casa para aprovar, e um acordo para rejeitar, ou alguém aqui não sabe disso neste plenário? Então quero aqui dizer em alto e em bom som à população de Porto Alegre: o discurso da Frente Popular é de transparência; a prática é a escuridão.

Ver. Luiz Braz, eu já vi coisa feia em matéria de Orçamento, mas essa questão da Prefeitura de Porto Alegre bate o recorde. Veja que em março do ano passado – e vou pegar esse dado porque esse dado é emblemático – solenemente o Prefeito veio a esta Casa, Ver. Haroldo de Souza, trouxe a proposta orçamentária e disse em alto e em bom som que não haveria nenhum déficit orçamentário. Seis meses depois, Ver. Luiz Braz, está previsto um déficit de 75 milhões. Quando é que o Prefeito falou a verdade? Quando ele trouxe a peça orçamentária? Porque esta Cidade é uma Cidade sui generis. Ela tem um Orçamento que é uma “peça de ficção”, administrada por um Prefeito que não tem voto. É um negócio fantástico! É só em Porto Alegre mesmo! O Prefeito não tem voto e administra um Orçamento que é uma “peça de ficção”! Porque aquele que se elegeu para administrar o Orçamento da Cidade, fugiu; foi se juntar com o Sarney, com os empresários. Está lá em Brasília, comandando um Conselho Social composto de empresários, não é Ver. Nereu D’Avila, patrocinadores de campanha do Sr. Lula, e aqui ficou o Prefeito que não recebeu um voto. Aliás, eu diria que há uma dívida com a população de Porto Alegre, afinal de contas, o Prefeito João Verle deveria dizer se esse déficit orçamentário foi do Prefeito que fugiu, se foi causado pelo Prefeito Tarso Genro ou se foi na administração já do Prefeito que não tem voto. É disso que nós estamos falando.

Se nós rejeitarmos as Emendas aqui, em bloco, Ver. Luiz Braz, nós estaremos fazendo o jogo do Governo, nós estaremos permitindo que ele tire o dinheiro de qualquer obra nesta Cidade, serviço, autarquia, e faça suplementação a mais que o valor de investimento que esta Cidade tem por ano; é disto que nós estamos falando, não é de uma coisa menor, não! Eu estou falando de vidas, de saúde pública, de infra-estrutura, de saneamento, de habitação, por quê? Porque esta peça orçamentária, Ver. Ervino Besson, como ela está montada, não privilegia estas áreas, porque o Orçamento vem logo em seguida, e alguém há de dizer, Ver. João Bosco Vaz: “e este filme vai se repetir?” Porque virá o orçamento e nós vamos propor as emendas e o Ver. Juarez Pinheiro vai para o estudo jurídico e vai dizer: “O Ver. Sebastião Melo não pode propor emenda no Orçamento, porque essas premissas não foram estabelecidas na LDO!” Então, o que os senhores estão fazendo aqui e agora, e eu quero deixar isso claro, é que ao sonegar esse debate, Ver. Ervino Besson, estão remetendo para uma questão maior que é o Orçamento. O Orçamento amanhã vem para a Casa e vai ficar prejudicada qualquer emenda que possa tornar transparente este Orçamento. É disso que estamos falando.

Portanto, eu faço um apelo em nome da democracia, em nome das diferenças para que posamos, Sr. Presidente, permitir o debate. Se vai ser aprovada ou não, isso é da lógica do Parlamento, mas sonegar o debate não contribui com a cidade de Porto Alegre e nem com a história desta Casa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana, solicitando votação em bloco das emendas já lidas, apostas ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a nenhum de nós cabe querer modificar um acordo que foi realizado pela maioria do Plenário. Não foi um acordo da totalidade do Plenário, mas sim da maioria. No primeiro bloco de Emendas estiveram aquelas que foram indicadas pelo Relator Ver. Carlos Alberto Garcia. E essas Emendas, de acordo com o pensamento e a avaliação do Ver. Carlos Alberto Garcia, não tiveram nenhum problema de serem aprovadas. O segundo bloco, com 84 Emendas que não estavam, ou pelo menos que algumas delas ou várias delas, não constavam do Relatório do Ver. Carlos Alberto Garcia, mas que foram aprovadas, mas dentre essas emendas algumas que absurdamente não estavam como aprovadas, por exemplo, os 5% de que a Câmara Municipal tem direito no Orçamento e que eu não sei por que o meu amigo Garcia resolveu deixar de fora, contemplando a Câmara com apenas 4%, diminuindo inclusive os recursos da Câmara, os quais já são bastantes diminutos. Deve ter sido um esquecimento do Ver. Garcia, mas essa Emenda estava entre aquelas que não seriam aprovadas ou que seriam discutidas. E agora chegou o momento mais terrível desse acordo: o bloco das rejeitadas pelo Relator da CEFOR. Acontece que, neste bloco das rejeitadas, o Ver. Sebastião Melo, eu acredito que com legitimidade, disse: “Não participei do acordo. O meu Partido esteve fora do acordo, e, portanto, as minhas Emendas, aquelas que foram colocadas em bloco como rejeitadas, essas Emendas eu não aceito, porque eu não as concedi para que elas estivessem no acordo”. Eu penso, que o Ver. Sebastião Melo tem razão; é a vontade de um Vereador desta Casa, de um partido aqui desta Casa, que resolveu não participar de um acordo. Alguns partidos resolveram participar do acordo, e o meu está entre estes partidos; nós temos que honrar tudo aquilo que foi combinado, mas nós, democraticamente, não podemos negar o direito de um partido político, que não esteve inserido no rol do acordo, poder discutir as suas Emendas, emenda a emenda, tal qual a sua vontade e o seu desejo. Não cabe a nenhum Vereador que participou do acordo, ou a nenhum Partido que participou do acordo, votar diferentemente do que foi acordado. Mas nós não podemos negar o direito que tem o Ver. Sebastião Melo e o seu Partido de analisar emenda por emenda, dentro daquilo que ele concebe ser o mais legítimo, para que nós possamos votar aqui, esta tarde, a Lei das Diretrizes Orçamentárias. Vamos levar mais tempo, mas vai ser de acordo com aquilo que pensa a maioria da Casa, e eu acredito que sem violentarmos um Partido político que resolveu, legitimamente, não participar do acordo. Acho que vamos levar mais tempo, porque vamos dar o direito ao Ver. Sebastião Melo e ao PMBD de discutir as Emendas que ele acredita que realmente deveriam ser discutidas, e que, na sua opinião, têm que ser aprovadas. Mas eu penso que nós temos que honrar o acordo que nós fizemos, todos os Partidos políticos, exceção feita ao PMDB, sem que, com isso, estejamos mexendo naquilo que os outros Partidos resolveram legitimamente, comandados por alguns Vereadores exponenciais aqui nesta Casa, para que o acordo realmente pudesse chegar a bom termo, que é o caso do Ver. Reginaldo Pujol, do Ver. Cláudio Sebenelo, que é o Líder da minha Bancada, e de outros Vereadores que já foram citados e que participaram de maneira efetiva para que pudéssemos chegar a esse bom termo na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana, solicitando votação em bloco das Emendas já lidas, apostas ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, neste momento, não se vota nada aqui na Casa que não seja fruto de um conjunto de opiniões; nenhuma matéria é aqui votada, neste momento, por desejo de um Vereador isoladamente. Todas as matérias que estão sendo objeto de votação foram destacadas por 11 Vereadores, porque assim o Regimento impõe. Essas votações, obviamente, obedecem a critérios regimentais, que têm de ser preservados. No caso concreto e no caso da Bancada que integro, da qual sou o único representante, tenho que me somar a outros Vereadores para mediar as posições, porque, se eu não juntar 11 Vereadores para apoiarem minhas posições, eu não terei possibilidade sequer de vê-las destacadas, quanto mais votadas no Plenário com algum sucesso. Foi o que se fez neste momento. Não podemos desconhecer a realidade da Casa, que não é monolítica, onde todos pensam da mesma forma. Até na maneira com que se faz oposição há divergências de estilos; cada um age com a sua consciência, e respeitamos todos os que agem com a consciência.

O Ver. Cláudio Sebenelo, que coordena as oposições na Casa nesse momento, leu todas as Emendas que estão sendo por nós rejeitadas. Eu li essas Emendas também; iria rejeitá-las com a discussão a antecedê-las ou não. Então, estamos dentro de um procedimento legítimo de uma Casa Legislativa e temos que entender que há um grupo de Vereadores que entende que essas Emendas devam ser votadas em conjunto e rejeitadas. Obviamente que esse grupo é majoritário; se não o for, as Emendas não serão rejeitadas; bastará que a maioria decida o contrário e, ao invés de rejeitadas, resultarão aprovadas. Então não há nada de antidemocrático nesse procedimento, pois assim se procede nos Parlamentos, discutem-se as matérias e depois se vota. Houve o entendimento de se aglutinar várias matérias para serem aprovadas; foram aprovadas 92 ou 94. Não há nada de absurdo nisso. Agora, há 50, 60 Emendas, que foram consideradas por um bloco que se formou na discussão, no debate, que não se dá só na tribuna. Saibam todos os que estão nos ouvindo em casa que nós discutimos também fora da tribuna, inclusive com grande produtividade. Assim, vários Vereadores, inclusive eu, entenderam que essas Emendas podem ser votadas de forma aglutinada, e nós, acredito, acompanhados de muitos Vereadores de oposição, vamos votar pela rejeição dessas Emendas, porque estudamos essas Emendas e entendemos que elas devam ser rejeitadas; a responsabilidade é nossa nesse particular.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Pestana. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO o Requerimento por 20 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Aprovado esse Requerimento, fica prejudicado o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, que requer que todas as Emendas de sua autoria, que estão colocadas no Bloco 3, que foram rejeitadas pelo Relator da CEFOR, sejam votadas em separado, uma a uma.

Em votação as Emendas do Bloco 3 apostas ao PLE n.º 020/03, quais sejam: Emendas n.ºs 02, 14, 20, 67, 69, 73, 75, 77, 78, 81, 83, 108, 109, 110, 113, 114, 115, 116, 122, 123, 129, 130, 133, 135, 136, 137, 141, 143, 144, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 157, 159, 169, 170, 209, 210, 212, 213, 231, 232, 239, 245, 256, 257, 258 e 260. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco 3, apostas ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. João Bosco Vaz, V. Exa., que vem de uma cepa boa da luta popular, sabe que a democracia, sim, é a vontade da maioria e eu me curvo a ela em todos os momentos nesta Casa. Mas a democracia que eu ajudei a construir, Sr. Presidente, garante às minorias o direito de discussão. O que nós estamos vivendo aqui é extremamente ruim e muito grave para esta Casa. Se as Emendas, Ver. Isaac Ainhorn, da nossa autoria iriam ser aprovadas ou não é uma outra questão que se remete a um outro patamar. Agora, sonegar o direito deste Vereador de discuti-las, isso é fazer aquilo que o stalinismo fez na história. E é o que representa, lamentavelmente, tristemente, a aliança aqui nesta Casa, de setores da Oposição com o PT! Tristemente acontece isso aqui nesta Casa, sempre em nome de qualquer outra coisa que a mim não convence! Uma hora é porque o Regimento tem de ser cumprido, a Lei Orgânica não pode ser descumprida! Pois, esta Prefeitura descumpre esta Lei Orgânica! Esta Prefeitura foi capaz de cortar a bimestralidade dos funcionários! E há uma Emenda deste Vereador que trata disso, Ver. Luiz Braz. Eu estou dizendo, no Plurianual, que tem de cumprir a Lei da bimestralidade, quando 26 ou 27 mil funcionários estão aí recebendo. Foi cortada a bimestralidade, as horas extras não são pagas!

E este Governo, que não cobra os impostos dos banqueiros, mas que é capaz de mandar centenas e milhares de ações para o Fórum Central contra aqueles que são proprietários de imóveis na periferia de Porto Alegre! Eu estou falando disso!

Quando eu estou discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, eu estou discutindo tema dessa envergadura! Nós respeitamos a vontade da maioria, mas sonegar o debate da maioria, isso não é democracia. Se vamos ganhar ou perder as Emendas, é outra coisa, é outra discussão a ser realizada.

Então, nós queremos aqui dizer com muita clareza e com muita tristeza, Ver. Cláudio Sebenelo, V. Exa. que conduz parcialmente: eu quero deixar claro que não faço o bloco da oposição. Meu Partido está refletindo essa questão com muita profundidade e vai tomar uma deliberação conjunta, mas não me coloque no bloco das oposições, porque nós não fazemos parte desse bloco. Nós podemos até discutir, amanhã ou depois, questões pontuais, mas não me coloquem no rol dessas discussões. Vamos deixar isso muito claro para este Parlamento. Nós achamos que essa questão dos Orçamentos tem sido uma das questões que tem feito sobreviver essa gestão em Porto Alegre, pois quando faltam três meses para as eleições, eu vejo um punhado de gente querendo fazer oposição na televisão, dizendo que está errado, mas foi conivente durante quinze anos com aquilo que, na nossa avaliação, está errado. Chegou a hora, Ver. Luiz Braz, de nós desnudarmos isso, porque vão chegar na “telinha” e todo mundo vai dizer: “Não, mas está errado”. No entanto, quando tiveram a oportunidade de mudar, não mudaram; quando tinham a maioria desta Casa, não mudaram, ou por acaso o Governo é maioria nesta Casa? O que nós devemos discutir é uma outra maneira de fazer este Orçamento, e esta lei, como está sendo votada, vai perpetuar a maneira que a Prefeitura tem feito o Orçamento, que, na nossa avaliação, é equivocada e trai os interesses populares, porque diz uma coisa e faz outra.

Eu gostaria que a gente passasse a tarde toda discutindo, que a gente pudesse discutir a noite toda e que a Cidade ganhasse com isso, mas, lamentavelmente, está-se sonegando o debate. Com certeza, daqui a meia hora ou duas horas haverá algumas homenagens, e o debate das finanças vai ser suspenso em favor disso. Muito Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, a Sessão de discussão vai continuar. V. Exa. sabe que nós precisamos encerrar a votação, ainda que haja no intervalo uma Sessão de homenagem, mas a homenagem também foi votada por unanimidade do Plenário.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas do Bloco 3 apostas ao PLE n.º 020/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver.ª Maria Celeste, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu já havia-me manifestado favoravelmente a que o Ver. Sebastião Melo pudesse ver analisadas as suas Emendas uma a uma, mas uma frase do Vereador faz-me fazer uma reflexão não diferente daquela que fiz anteriormente, mas complementar a ela. O Ver. Sebastião Melo disse que uma das suas Emendas era para que o Prefeito cumprisse a bimestralidade. Ver. Sebastião Melo, V. Exa. é um dos advogados mais brilhantes que nós temos aqui na nossa terra, mas desculpe-me, vou fazer uma correção na sua afirmação. Eu não preciso fazer uma lei para dizer que o Prefeito tem de cumprir uma lei. A bimestralidade é uma Lei, eu não preciso votar hoje, aqui, nada que diga para o Prefeito que ele tem de cumprir com a bimestralidade. O que aconteceu aqui, Ver. Sebastião Melo - que me desculpe o Ver. João Dib, eu também faço parte da Mesa e vou-me penitenciar por isso -, o que houve foi uma omissão da Mesa. A Mesa deveria ter entrado na Justiça tão logo houve o descumprimento, por parte do Sr. Prefeito Municipal, da bimestralidade com relação aos senhores funcionários. Eu acredito que isso deveria ter ocorrido, isso deveria ter acontecido; mas não agora fazermos uma nova legislação, dizendo que o Prefeito tem de cumprir com a bimestralidade; a bimestralidade, até algum tempo atrás, pelo menos, ela ainda existia. Ela deixou de existir, Ver. Sebastião Melo, por meio de um julgamento onde houve perda na Justiça desse direito à bimestralidade frente à Lei da Responsabilidade Fiscal, o que ficou bem evidenciado num dos últimos julgamentos que nós tivemos. Eu conheço as Emendas do Ver. Sebastião Melo, e todas elas são muito boas, com raras exceções que eu, pelo menos, julgo serem despiciendas. Exatamente por acreditar que o Ver. Sebastião Melo, por não participar do acordo, deveria ter o direito de discutir as suas Emendas uma a uma. Eu acho que essa é a única exceção, porque todos os outros Partidos estiveram participando do acordo. O Ver. Cláudio Sebenelo, que é Líder da minha Bancada, esteve à frente desse acordo que tornou possível aprovarmos muitas Emendas que seriam rejeitadas aqui, hoje. Oitenta e quatro Emendas foram aprovadas, e eu acredito que isso melhora muito a Lei das Diretrizes Orçamentárias. Acho que não vamos ter o ideal, Ver. Sebastião Melo; claro que não vamos ter o ideal. Acho que V. Exa. coloca muitas medidas, sugeridas por meio das suas Emendas, que, se aprovadas, poderiam melhorar muito a Lei das Diretrizes Orçamentárias. Mas é o que deu para fazer. Eu acho que as oposições há muito tempo não cumprem com o seu papel aqui nesta Casa, porque as oposições representam a maioria do Plenário e poderiam ditar as regras daquilo que iria acontecer no Município. Infelizmente, por meio de conchavos e mais conchavos, acordos e mais acordos. Os acordos unilaterais que têm surgido aqui neste Plenário, com os mais diversos Vereadores, com as mais diversas Bancadas, têm impedido que nós possamos aqui, realmente, fazer nosso papel de oposição. Por isso mesmo eu já há muito tempo me aquietei como oposição, Vereador que se manifestava muito constantemente aqui no Plenário. Mas eu acredito que não é por isso que nós não vamos tentar todos os dias, todos os minutos, todas as Sessões, votar aqui o melhor para nossa Cidade. Eu não quero votar aquilo que é melhor para mim, ou aquilo que vai me fazer aparecer mais, eu quero votar aquilo que é melhor para a Cidade. Eu acho que o que é melhor para a Cidade eu vou discutir, é claro, primeiramente com o meu grupo de oposição, porque eu acredito que esse grupo tem que ser respeitado e tem que ser preservado nesta Casa, apesar de todos os problemas que nós temos tido, mas eu acho que ainda tem que ser preservado, e depois vamos trabalhar com o conjunto do Plenário para que nós possamos, realmente, votar o melhor em prol da cidadania que nós representamos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, as Emendas do Bloco 3, apostas ao PLE n.º 020/03. O voto “não” rejeita as Emendas; “sim” as aprova. (Após a apuração nominal.) REJEITADAS as Emendas do Bloco 3, por 01 voto SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

A Mesa quer declarar, especialmente ao Ver. Luiz Braz, que o Presidente tem como certo que o não pagamento dos 2,46% da bimestralidade por parte de S. Exa. o Sr. Prefeito é absolutamente ilegal, e os números apresentados são absolutamente incorretos, conforme prova documentada e conforme declaração do Sr. Secretário da Fazenda; é 1 bilhão e 512 milhões e não 1 bilhão e 460 milhões, mas a Mesa entendeu mais correto ouvir a Comissão de Constituição e Justiça para, se for o caso, entrar no Judiciário. Portanto a Mesa não se descuidou. Mas fica registrada a preocupação de V. Exa., Ver. Luiz Braz.

Eu encerro esta Sessão Extraordinária, convocando os Srs. Vereadores para a 7ª Sessão Extraordinária às 14h30min.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 13h53min.)

 

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